sábado, 4 de dezembro de 2010
Mas, essa dor que sinto é muito mais do que uma simples dor de garganta, é tudo aquilo entalado aqui dentro, é tudo o que deveria sair e não sai; todas aquelas palavras que eu deveria ter dito e não disse e o choro guardando aqui dentro. Quando eu explodir isso tudo sairá de mim, inclusive a dor. Ou não.
"- Quem gostaria de falar com ela?
- O seu amor.
- Que amor? Não sabia que assassinos tinham nome de Amor.
- Deixe de besteiras. Liguei pra me desculpar.
- Desculpas pelo que? Pelas vezes que usou como desculpas seu joguinho de futebol para comer a secretária?
- Ah... Lá vem você com aquele papinho. Não comi ninguém. A não ser você. sua boba.
- Então nas vezes que você dizia que queria "Fazer Amor" você só dizia pra me comer, não é?.
- Não sou de joguinhos. Comi você. Abusava do meu charme para conseguir ter você na minha cama. Nunca chorei. Nunca te olhei diferente. Mas me acostumei tanto em te comer que acabei te amando."
"Você me olhou durante alguns minutos, e eu nada podia falar. Qualquer palavra cuspida seria por em risco o mínimo de orgulho que ainda me sobra. E no fundo era isso que você queria, me ver ali de mãos atadas.
Mas antes que tudo girasse pro seu lado, eu fui embora. Fui embora pra me encolher, pra chorar baixinho, pra você nunca escutar o que grita aqui dentro.
Banalidades a parte, amor passageiro."
*
É. É o seguinte, eu sei o seu jogo. Eu sei o que você quer ganhar com tudo isso mas eu continuo me afundando nessa doce ilusão que você insiste em me afundar
- O seu amor.
- Que amor? Não sabia que assassinos tinham nome de Amor.
- Deixe de besteiras. Liguei pra me desculpar.
- Desculpas pelo que? Pelas vezes que usou como desculpas seu joguinho de futebol para comer a secretária?
- Ah... Lá vem você com aquele papinho. Não comi ninguém. A não ser você. sua boba.
- Então nas vezes que você dizia que queria "Fazer Amor" você só dizia pra me comer, não é?.
- Não sou de joguinhos. Comi você. Abusava do meu charme para conseguir ter você na minha cama. Nunca chorei. Nunca te olhei diferente. Mas me acostumei tanto em te comer que acabei te amando."
"Você me olhou durante alguns minutos, e eu nada podia falar. Qualquer palavra cuspida seria por em risco o mínimo de orgulho que ainda me sobra. E no fundo era isso que você queria, me ver ali de mãos atadas.
Mas antes que tudo girasse pro seu lado, eu fui embora. Fui embora pra me encolher, pra chorar baixinho, pra você nunca escutar o que grita aqui dentro.
Banalidades a parte, amor passageiro."
*
É. É o seguinte, eu sei o seu jogo. Eu sei o que você quer ganhar com tudo isso mas eu continuo me afundando nessa doce ilusão que você insiste em me afundar
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
"Eu peço desculpas pela toalha jogada na cama, pela maquiagem que eu esqueci de tirar, pelas notas baixas, pela Falta de interesse, pela indiferença, pela nostalgia, pelos espirros contínuos, pelo ouvido doendo, pelo Fracasso. Peço desculpas pela ironia, pela Falta de sensatez, pela covardia, pela Falta de apetite, pelo esqueçimento, pelo sono. Eu realmente começei a acreditar que depois de umas poucas e boas, de uns atravancos e de uns barrancos, o que não me mata só me Fortalece; mas quem sou eu pra duvidar da minha própria capacidade de reconstrução? Tô Falando sério. Não é a primeira vez que eu me pego me arrastando pelos minutos, duvidando de tudo e achando que tudo ao meu redor é uma Farsa, mas eu peço desculpas pra quem eu deixei isso transparecer, porque eu sei que quando os meus sentimentos vazam alguém sempre sai Ferido... desculpa, tá? esculpa que eu perdi o jeito de Fingir e de esconder tudo atrás de um sorriso e de uma piadinha, que eu tô me esqueçendo como se Faz pra escrever com sinceridade... desculpa pelas reticências, pela Falta de clareza, pela dívida, pela vergonha. acho que eu me perdi na hora em que decidi que deixaria o Futuro de algumas coisas nas mãos dos outros, porque definitivamente não tá dando certo. será que só eu quero recuperar, progredir, melhorar? olha, não tem como Fazer tudo sozinha. quero um pouco de colaboração, por mais que seja difícil voltar a olhar nos meus olhos sem me ver como vítima. e eu peço desculpas por isso também; pelo orgulho. desculpa pelo medo de Falar, inclusive. desculpa por não Fazer o que eu venho me prometendo, desculpa por não conseguir sair do lugar exatamente quando eu quero voar e voar quando eu quero Ficar onde eu estou... não precisa seguir a linha de raciocínio desse texto, porque não tem. é aleatório. desista de procurar um sentido; quem não tá no meu lugar nunca vai entender. pra Finalizar, eu peço mais uma vez desculpas. por ser teimosa, acomodada, antipática. e deixo avisado: "Now that dont kill me, can only make me stronger, and i need you to hurry up now, 'cuz i cant wait no longer!", Já que se diz por ai que se aprende com todos nossos atos...
Ai que calor insuportável, meu Deus. Que inferno!
Só que no inferno deve ser mais Fresco.
Inerte no caos. Num puta calor compartilhando minha neura ativada em poucos minutos. Sobrevivi e cheguei em casa com a taxa de humor baixa. Coisa que ninguém respeita."
*
Foi você, não eu, quem buscou. Mas o dilaceramento foi só meu, como só meu foi o desespero.
Ai que calor insuportável, meu Deus. Que inferno!
Só que no inferno deve ser mais Fresco.
Inerte no caos. Num puta calor compartilhando minha neura ativada em poucos minutos. Sobrevivi e cheguei em casa com a taxa de humor baixa. Coisa que ninguém respeita."
*
Foi você, não eu, quem buscou. Mas o dilaceramento foi só meu, como só meu foi o desespero.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
"Esqueça todas essas justificativas sofridas para uma simples vontade de deitar com você de novo.Eu me alimento de restos.Olhe para mim, me dá ração que eu estou morrendo, olhe para mim, me deseje de novo porque eu estou murchando ou apenas venha me distrair, apenas esqueça todos esses poemas falsos."
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tired.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
“Eu realmente não me importo com suas imperfeições, eu não preciso de alguém perfeito para mim. Só preciso de alguém que vai ficar até o fim.”
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.
“Me sinto um brigadeiro quando você brinca de enrolar minha cintura com suas mãos.Sabe, eu gosto de pensar em você. E de te ligar, mesmo quando não tenho assunto. E de te abraçar, só pra você me apertar até eu perder o ar. E gosto quando você fala bem baixinho perto do meu ouvido. Gosto quando olha e me deixa sem graça, gosto de abrir os olhos quando estamos nos beijando, só pra ter certeza que é você que está lá. Acho graça quando diz que pareço um bebê quando fico manhosa. Gosto quando me carrega no colo, mesmo quando quase me mata, me devolvendo ao chão. Gosto de sentir saudade do seu beijo, e de querê-lo todo dia”
.
.
"Ando assim, descontínuo, exaltado, distante, mas sempre loucamente apaixonada por você."
.
.
.
“- Devíamos ter mais opções de escolha.
- Como assim?
- Escolher de quem gostar, por exemplo...
- Isso não dá.
- E se desse, o que você faria?
- Ainda assim escolheria você."
.
.
“Você me provou que quem acredita alcança e que às vezes insistir vale a pena. Quando a gente brinca de jogar a culpa no outro pelo tempo passado, quando você pergunta o que eu to pensando, quando eu peço pra você pensar alto só pra eu ver se pensamos iguais, quando você me fala que as vezes a gente erra pra saber o que é melhor, e ainda mais quando você diz que odeia a realidade porque ela é longe daqui, e na minha cabeça eu quase quero fazer parte dessa felicidade que tá longe. (...)
Sei que você apareceu pra mostrar que aqui ainda poderia sim bater alguma coisa e que não importa tempo ou espaço quando a gente quer ser feliz.”
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“Me sinto um brigadeiro quando você brinca de enrolar minha cintura com suas mãos.Sabe, eu gosto de pensar em você. E de te ligar, mesmo quando não tenho assunto. E de te abraçar, só pra você me apertar até eu perder o ar. E gosto quando você fala bem baixinho perto do meu ouvido. Gosto quando olha e me deixa sem graça, gosto de abrir os olhos quando estamos nos beijando, só pra ter certeza que é você que está lá. Acho graça quando diz que pareço um bebê quando fico manhosa. Gosto quando me carrega no colo, mesmo quando quase me mata, me devolvendo ao chão. Gosto de sentir saudade do seu beijo, e de querê-lo todo dia”
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"Ando assim, descontínuo, exaltado, distante, mas sempre loucamente apaixonada por você."
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“- Devíamos ter mais opções de escolha.
- Como assim?
- Escolher de quem gostar, por exemplo...
- Isso não dá.
- E se desse, o que você faria?
- Ainda assim escolheria você."
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“Você me provou que quem acredita alcança e que às vezes insistir vale a pena. Quando a gente brinca de jogar a culpa no outro pelo tempo passado, quando você pergunta o que eu to pensando, quando eu peço pra você pensar alto só pra eu ver se pensamos iguais, quando você me fala que as vezes a gente erra pra saber o que é melhor, e ainda mais quando você diz que odeia a realidade porque ela é longe daqui, e na minha cabeça eu quase quero fazer parte dessa felicidade que tá longe. (...)
Sei que você apareceu pra mostrar que aqui ainda poderia sim bater alguma coisa e que não importa tempo ou espaço quando a gente quer ser feliz.”
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
" Acontece que você, com a mesma rapidez com que aparece, também some. E some sem deixar sinal. Some e me faz ter certeza que nada significa nada. Bobagem minha esperar algo. Bobagem minha esperar por um depois. Em mim sempre fica uma saudade imensa. Você tem noção disso? Você faz idéia da saudade que sinto do seu sorriso, do seu abraço que parece maior que o mundo, do seu olhar misterioso, da sua pele e seu cheiro tão seu, do seu beijo que até hoje não consegui achar, faz idéia? Você não é capaz nem de imaginar. É muito maior que eu. É algo que me tira o sono. E se durmo, acordo sonhando com o impossível que seria nós dois. Juntos. Sempre. E os dias foram passando e agora já são tantos. Hoje sou eu quem não quero te ver só pra não me maltratar tanto. Não quero sentir de novo essa sensação de não saber de nada. Não quero. O que eu queria mesmo era você. Queria e ainda quero tanto que você nem imagina a dimensão. É melhor continuar assim. Você procurando em tantas, ninguém. Eu procurando em poucos, alguém. Deixa que continue assim até quem sabe o inesperado tão esperado surja de novo. E você apareça e desapareça. Mais uma vez. E fique só a saudade. Mais uma vez.
'Como é que você pode continuar gostando de um cara tão instável, que num dia te adora e no outro mal fala contigo?"
"Não acredito que você ainda está parado na desta garota. Cara, ela dá o maior mole pra todo mundo... tudo bem, é o jeitinho dela, mas, ó, te liga".
"Ele é muito querido, muito engraçado, mas também muito vadio: você vai passar fome ao lado deste homem!"
"O que adianta ela ser bonita, rapaz? Te trata como escravo''
''É ótimo ter amigos, principalmente amigos que se preocupam com a gente. Mas, quando o assunto é amor, conselhos servem pra nada. Não que os amigos estejam errados, ao contrário: a gente sabe que eles estão com toda a razão, que eles estão vendo tudo aquilo que a gente finge não ver. O problema é que o amor não tem lógica. Você reconhece que a pessoa não serve pra você, mas a considera simplesmente a-do-rá-vel.
Você sabe que ela, ELA!, o grande amor da sua vida, é uma maluca de carteirinha, a maior viajandona do planeta, não diz coisa com coisa, e tem a estranha mania de se trancar no quarto por três dias seguidos, sem sair, sem abrir a porta, sem atender o telefone. Aí um belo dia ela sai e não dá a menor satisfação pra ninguém. Você consegue se imaginar vivendo com alguém assim? Não, mas também não consegue se imaginar vivendo sem.
E você aí, mulher. Enroladíssima com aquele cara, você sabe quem. Ele não tem o melhor caráter do mundo. Não tem o melhor currículo do mundo. Mas tem o melhor beijo do mundo e você, cada vez que ensaia dizer não, acaba dizendo sim, sim, sim. Porque você o ama. Mesmo ele sendo meio rude, meio ingrato, meio sonso. Mesmo assim.
Vou ficar torcendo para que nenhum desses exemplos caia como uma luva pra você. Desejo que tudo isso que foi escrito seja pura ficção pra você, que você nunca passe por uma doideira dessas. Mas não esqueça que doidas e doidos também são apaixonantes. Assim como os inconstantes e as ciumentas. E os alienados e as histéricas. Todos uma praga, todos cativantes. Ninguém está livre de topar com o cara errado e a garota mais encrenqueira, e amá-los muito, mesmo assim.''
"Não acredito que você ainda está parado na desta garota. Cara, ela dá o maior mole pra todo mundo... tudo bem, é o jeitinho dela, mas, ó, te liga".
"Ele é muito querido, muito engraçado, mas também muito vadio: você vai passar fome ao lado deste homem!"
"O que adianta ela ser bonita, rapaz? Te trata como escravo''
''É ótimo ter amigos, principalmente amigos que se preocupam com a gente. Mas, quando o assunto é amor, conselhos servem pra nada. Não que os amigos estejam errados, ao contrário: a gente sabe que eles estão com toda a razão, que eles estão vendo tudo aquilo que a gente finge não ver. O problema é que o amor não tem lógica. Você reconhece que a pessoa não serve pra você, mas a considera simplesmente a-do-rá-vel.
Você sabe que ela, ELA!, o grande amor da sua vida, é uma maluca de carteirinha, a maior viajandona do planeta, não diz coisa com coisa, e tem a estranha mania de se trancar no quarto por três dias seguidos, sem sair, sem abrir a porta, sem atender o telefone. Aí um belo dia ela sai e não dá a menor satisfação pra ninguém. Você consegue se imaginar vivendo com alguém assim? Não, mas também não consegue se imaginar vivendo sem.
E você aí, mulher. Enroladíssima com aquele cara, você sabe quem. Ele não tem o melhor caráter do mundo. Não tem o melhor currículo do mundo. Mas tem o melhor beijo do mundo e você, cada vez que ensaia dizer não, acaba dizendo sim, sim, sim. Porque você o ama. Mesmo ele sendo meio rude, meio ingrato, meio sonso. Mesmo assim.
Vou ficar torcendo para que nenhum desses exemplos caia como uma luva pra você. Desejo que tudo isso que foi escrito seja pura ficção pra você, que você nunca passe por uma doideira dessas. Mas não esqueça que doidas e doidos também são apaixonantes. Assim como os inconstantes e as ciumentas. E os alienados e as histéricas. Todos uma praga, todos cativantes. Ninguém está livre de topar com o cara errado e a garota mais encrenqueira, e amá-los muito, mesmo assim.''
'Está aqui. Dentro, fundo e meio escondido, mas firme. Forte não, que por um fio se equilibra tudo isso há muito tempo. Mas fio esse, que talvez seja de cobre, ouro, metais nobres. Um fio que segura, e por onde a equilibrista dentro de mim se aventura. Mesmo você não sendo bêbado, e estando longe disso, é claro.
Descobri apenas à pouco, enquanto me esforçava em fazer careta ao ouvir teu nome, gritar pro mundo que você não existe mais na minha felicidade, concordar na sua idiotice calhorda e dançar loucamente à noite. Beijar aparentes príncipes, que não tinham nem de longe a tua malandragem, e eloqüência de sapo magnífico. Ajudei no que pude, compreendi emoções, tentei calar a minha boca grande, viver intensamente. Fiz tudo o que me coube, para me livrar do sentimento nostálgico que é curar de vez esse vazio dolorido que me afinca o peito.Sanei tantas dúvidas, curei algumas questões incompreendidas, para esquecer aquilo que me inquietava por dentro. Cuidei dos outros, e me joguei num canto. E no final das contas, eu quem deveria encabeçar a minha lista em primeiro lugar, tirar todo e qualquer resquício seu, daqui. De mim.
Uma semana, e dois primeiros encontros. Saldo final? Nada que tenha me feito vibrar. Ou, pensar em substituir lembranças das nossas conversas sem fim, de algumas piadas internas, e o encaixe perfeito dos teus braços, sob a minha cintura. Não é tentando substituir que se esquece: só se lembra ainda mais. Em cada erro do outro, cada gafe, só se recorda mais e mais do quanto não era assim antes, com outro alguém. E isso dói. Comparar pessoas é mais ou menos como qualquer necessidade fisiológica: não é bonito, mas é inevitável. Não se pode fugir. Ainda não sei onde procurar alguém com o mesmo sorriso leve, e a maneira única de me olhar de frente, encarar com vontade. Eu tento, eu quase consegui, mas ao me colocar novamente em companhia-masculina-possível, titubeio. Vejo o banner do nosso filme, já na locadora, e quero morrer. Ouço a música que cantávamos juntos, animados e em descontração, e exito. Quase choro. E me faço brusca, fugitiva, e desinteressada: não dá. Se paro para refletir, me torno quieta - o que é raríssimo. Mesmo não sabendo o que fazer com tudo aqui dentro, que depois de tanto tempo, e muitos dias ainda me incomoda, tira meu sono, e rasga minha paz, sou quase uma prisioneira: me tranquei nesse beco sem saída, nessa cela obscura, e é como se tivesse engolido a chave, sem volta. Precipitei situações, e te fiz ir longe; te vi ir indo, e perdi. Talvez pra sempre, quem sabe nunca mais. E todos me dizem que não valia a pena, que não vale e muito menos, valeria. Me pergunto íntima e por dentro, quando é que isso vai passar, que me aparecerá alguém à altura, que eu me pegarei apaixonada e feliz, como já fui? Rezo, e culpo alguns santos. Peço encarecidamente que Deus veja toda essa injustiça, e cubra o mundo com o que acredito. Com amor decente, e pra quem dá amor - o certo, o que nos ensinam na catequese e o que nos é educado em casa, não é exatamente isso? Dê amor, e receberás de volta. Só ainda não encontrei motivos para acreditar piamente em tal afirmação. Nenhum, muito menos dois.
Não quero companhia, essa dor é apenas minha, e não há o que cure (a não ser, você mesmo). Sendo que está longe, e impossível. Sem preço a pagar, e muito o que fazer, me fecho novamente na minha colcha lilás, e sob a luz apagada. Dispenso caridade, tenho nojo. Nunca fui coitada, e mesmo na minha maneira Pollyanna em ver o mundo, aprontei das minhas. E por mais que provoque desejos alheios, que me sinta a rainha da noite, e que aproveite o máximo que posso, quando quieta e pensativa, sou apenas despedaçada. Me falta algo, e talvez seja minha felicidade real, meu sorriso sincero, ou quem sabe, o que por um bom tempo causou toda essa minha onda feliz e pacífica: você.
Tomada por uma saudade enorme, e um sonho ruim, disco os números que alguma vez já decorei, esqueci e apaguei. Ouço sua voz inesquecível, coração que palpita, ansiedade que toma conta. Sem muito o que fazer, e tanta coisa a dizer, desligo. Saciada, medrosa e levada; vivendo, e fazendo acontecer. E mesmo assim, sentindo enormemente a falta nobre que é estar sem a sua presença ilustre. Porque não há faculdade federal, carro importado ou paixão por mim que
compre ou derrube o território que conquistaste em mim. Ainda aqui, quem manda no pedaço, e comanda ruas, movimentações e greves, é o senhor. Pode ter certeza, excelentíssimo.''
*
''tem coisas que não mudam, por mais que você insista e queira que mude com tudo que pode.. é sempre um quase que não deixa ser completo.''
Descobri apenas à pouco, enquanto me esforçava em fazer careta ao ouvir teu nome, gritar pro mundo que você não existe mais na minha felicidade, concordar na sua idiotice calhorda e dançar loucamente à noite. Beijar aparentes príncipes, que não tinham nem de longe a tua malandragem, e eloqüência de sapo magnífico. Ajudei no que pude, compreendi emoções, tentei calar a minha boca grande, viver intensamente. Fiz tudo o que me coube, para me livrar do sentimento nostálgico que é curar de vez esse vazio dolorido que me afinca o peito.Sanei tantas dúvidas, curei algumas questões incompreendidas, para esquecer aquilo que me inquietava por dentro. Cuidei dos outros, e me joguei num canto. E no final das contas, eu quem deveria encabeçar a minha lista em primeiro lugar, tirar todo e qualquer resquício seu, daqui. De mim.
Uma semana, e dois primeiros encontros. Saldo final? Nada que tenha me feito vibrar. Ou, pensar em substituir lembranças das nossas conversas sem fim, de algumas piadas internas, e o encaixe perfeito dos teus braços, sob a minha cintura. Não é tentando substituir que se esquece: só se lembra ainda mais. Em cada erro do outro, cada gafe, só se recorda mais e mais do quanto não era assim antes, com outro alguém. E isso dói. Comparar pessoas é mais ou menos como qualquer necessidade fisiológica: não é bonito, mas é inevitável. Não se pode fugir. Ainda não sei onde procurar alguém com o mesmo sorriso leve, e a maneira única de me olhar de frente, encarar com vontade. Eu tento, eu quase consegui, mas ao me colocar novamente em companhia-masculina-possível, titubeio. Vejo o banner do nosso filme, já na locadora, e quero morrer. Ouço a música que cantávamos juntos, animados e em descontração, e exito. Quase choro. E me faço brusca, fugitiva, e desinteressada: não dá. Se paro para refletir, me torno quieta - o que é raríssimo. Mesmo não sabendo o que fazer com tudo aqui dentro, que depois de tanto tempo, e muitos dias ainda me incomoda, tira meu sono, e rasga minha paz, sou quase uma prisioneira: me tranquei nesse beco sem saída, nessa cela obscura, e é como se tivesse engolido a chave, sem volta. Precipitei situações, e te fiz ir longe; te vi ir indo, e perdi. Talvez pra sempre, quem sabe nunca mais. E todos me dizem que não valia a pena, que não vale e muito menos, valeria. Me pergunto íntima e por dentro, quando é que isso vai passar, que me aparecerá alguém à altura, que eu me pegarei apaixonada e feliz, como já fui? Rezo, e culpo alguns santos. Peço encarecidamente que Deus veja toda essa injustiça, e cubra o mundo com o que acredito. Com amor decente, e pra quem dá amor - o certo, o que nos ensinam na catequese e o que nos é educado em casa, não é exatamente isso? Dê amor, e receberás de volta. Só ainda não encontrei motivos para acreditar piamente em tal afirmação. Nenhum, muito menos dois.
Não quero companhia, essa dor é apenas minha, e não há o que cure (a não ser, você mesmo). Sendo que está longe, e impossível. Sem preço a pagar, e muito o que fazer, me fecho novamente na minha colcha lilás, e sob a luz apagada. Dispenso caridade, tenho nojo. Nunca fui coitada, e mesmo na minha maneira Pollyanna em ver o mundo, aprontei das minhas. E por mais que provoque desejos alheios, que me sinta a rainha da noite, e que aproveite o máximo que posso, quando quieta e pensativa, sou apenas despedaçada. Me falta algo, e talvez seja minha felicidade real, meu sorriso sincero, ou quem sabe, o que por um bom tempo causou toda essa minha onda feliz e pacífica: você.
Tomada por uma saudade enorme, e um sonho ruim, disco os números que alguma vez já decorei, esqueci e apaguei. Ouço sua voz inesquecível, coração que palpita, ansiedade que toma conta. Sem muito o que fazer, e tanta coisa a dizer, desligo. Saciada, medrosa e levada; vivendo, e fazendo acontecer. E mesmo assim, sentindo enormemente a falta nobre que é estar sem a sua presença ilustre. Porque não há faculdade federal, carro importado ou paixão por mim que
compre ou derrube o território que conquistaste em mim. Ainda aqui, quem manda no pedaço, e comanda ruas, movimentações e greves, é o senhor. Pode ter certeza, excelentíssimo.''
*
''tem coisas que não mudam, por mais que você insista e queira que mude com tudo que pode.. é sempre um quase que não deixa ser completo.''
terça-feira, 7 de setembro de 2010
"Uma vez me perguntaram de onde se tira forças pra continuar a vida, na hora não soube responder e pensei coisas como "Que tipo de gente faz perguntas assim?" Quando será que viver não vale a pena a ponto de se questionar onde está a força, a causa, a vida. É claro que pode-se deduzir que não tinha vivido nem um terço do que já vivi, que também não é muito. Viver tem dessas coisas, este tipo de teste, diria fé? Não sou muito boa nessa coisa de fé - e tenho falado com Deus, com os Orixás, com - Sim, mas falava da força. Acredito no 'maktub' e nos ciclos da vida, somos destinados sempre a alguma coisa, mas aí vem a parte que dói, ao que? Seus pais dizem que para estudar - "Continue tirando notas assim que irás passar mesmo pra medicina" - tá certo que escolher cuidar dos problemas dos outros ajuda a esquecer os seus, mas até quando? Até quando você sabe onde é a escolha certa? Mas não venhamos aqui com falsos moralismos, quero, acredito e tenho que pagar o preço - a abdicação, talvez? Mas não vim aqui pra isso, hoje parei pra pensar em coisas como aquela de continuar a vida. Lembro-me de coisas nada haver (ou t u d o h a v e r?), como uma que li que dizia que a vida da mulher se resume no amor, que de um jeito ou de outro, tudo tem haver com o seu amor. Não preciso nem citar aqui que a minha não é e nem nunca foi ou talvez seja ou talvez não saiba, ter um amor é importante mas ter que equilibrar amor com vida não é fácil. E me pego sempre aqui perdida nas palavras, confusa nos sentimentos. Será mesmo que tudo tem haver com amor? Odeio essas minhas contradições, mas acredito também que - será que sempre amei e nunca soube? - Teria mesmo chegado ao ponto de dizer amor? Teria, teria sim, teria dito amor e relacionamento e rompimento e afeto. Será que toda essa loucura não passa de falta? Meio que "há sempre alguma coisa ausente" ou apenas cansaço, não disto nem daquilo nem tampouco de nada você me entende? Tive medo de cair hoje, do mundo desabar mas tem uma coisa que não me deixa e tenho agradecido. Queria mesmo uma história bem feliz, como a que vivi no sábado todos na praia de noite de porre na pureza do momento na simplicidade do momento e deixe que o tempo cure m-e-o-b-e-m. "Não te negues, minha sede é clara", merda, sempre acabo pensando nisso e no momento e no talvez e no que será que está acontecendo aqui por dentro, Dio, amor disfarçado, amor remendado, amor comandado, amor (re)novado inovado (re)amado, amor, esse amor, este cansaço, essa vida."
Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra o seu passado, quando você acreditava em milagres.
SOUND LIKE BROKEN RECORDS
Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra o seu passado, quando você acreditava em milagres.
SOUND LIKE BROKEN RECORDS
ó queria que ele percebesse uma vez o quanto mudei por causa dele. Pelo menos uma vez.
#
sede da tua saliva. fome do teu corpo. dor do teu carinho. satisfação com teus atos. amor pelo ser (im)perfeito que és.
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por mais sofrido que seja o sofrer,as pessoas que mais sofrem são as que não sabem o que querem.
#
sede da tua saliva. fome do teu corpo. dor do teu carinho. satisfação com teus atos. amor pelo ser (im)perfeito que és.
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por mais sofrido que seja o sofrer,as pessoas que mais sofrem são as que não sabem o que querem.
E você aí, mulher. Enroladíssima com aquele cara, você sabe quem. Ele não tem o melhor caráter do mundo. Não tem o melhor currículo do mundo. Mas tem o melhor beijo do mundo e você, cada vez que ensaia dizer não, acaba dizendo sim, sim, sim. Porque você o ama. Mesmo ele sendo meio rude, meio ingrato, meio sonso. Mesmo assim."
*
Não me acostumei e nem espero me acostumar a desistir de alguém quando existe amor.
*
Não me acostumei e nem espero me acostumar a desistir de alguém quando existe amor.
"Estou precisada de emoções. É com muita sinceridade que lhe digo: continuo insatisfeita e catastrófica, boy. Não mudei muita coisa, as mesmas neuroses de sempre me perseguem. Os mesmos pensamentos e a aquela única destreza: estou me esforçando para parecer intangível. às vezes eu fico oca, mas é com muito cuidado que insisto no contraponto, no caso, amar. Acima de todas as coisas. Amar o outro na extensão do meu próprio corpo, até onde os meus dedos conseguirem tocar e a minha língua conseguir sentir o gosto. é assim mesmo que se diz? meu Deus, como a gente se trai com essas idéias. É tudo tão apaixonado que eu nem sei se sei ou se acredito. E ao mesmo tempo é tudo tão down. A gente não se doa, boy, a gente mal se vê nos olhos, na pupila dilatada do outro. Apenas acenamos afirmativamente com outros propósitos.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
-
"O dia nasceu nublado, não vejo motivos para sair da cama,o que vejo não interessa a ninguém nem a mim mesma. Então poupo cada esforço, me sinto fraca e desalmada. Pra ser sincera, me sinto assim desde que você decidiu sair pela minha porta pra nunca mais voltar. Tô na fossa e é indivisível, eu sei, mas o que eu faço com isso que me sobrou? é nisso que fico pensando o dia inteiro, e também nas inutilidades dessa vida como café descafeinado, coca zero, chocolate light, qualquer coisa que ocupe o meu tempo. Se ao menos você pudesse me olhar nos olhos pra me dizer com toda a coerência como nós chegamos a esse ponto, talvez eu superaria mais rápido o processo, sei lá. Eu só quero que você fique sabendo que eu me perguntei mil vezes e ainda não consegui uma resposta completa, minha cabeça lateja pelas noites mal dormidas que tenho gastado com o meu mais novo discurso de fracasso, os remédios acabaram, então eu te peço com decência, não comece outra vez. Não me venha com aquela de que cada tristeza é recompensada com uma felicidade, você bem sabe que a vida não é tão justa assim. Não me ache insuportavelmente pretensiosa dizendo essa coisas, é que às vezes eu não sei por onde. Culpa do sangue barato que corre em minhas veias - e que me faz tentar te amar dessa forma tão vadia e humana."
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
"Eu já não sei mais.Um minuto sem pensar e perco-me em tanta tristeza. Mas se penso, logo afundo, pois tento reparar, agressivamente, aquela noite catastrófica que não sai dos meus sonhos. É como disseste, fui afastando-me do meu amor e agora não tenho algum. Morri muito pra não morrer, permaneço triste, por isso existo. Sei que estavas ao meu lado sempre, todo o tempo que esperamos estava ali prestes a acontecer e por puro descuido, pura fraqueza e fracasso não deixei o fluxo correr. O pulso ainda pulsa, mas, por favor, salve-me ou deixe morrer dentro de ti porque é só essa morte que falta."
*
"Todos me julgam e muitas vezes condenam-me por ter te amado, ou as vezes chegar a pensar em ti, porém estes não entendem que você foi e até agora é a única pessoa que me fez bem, que soube fazer de cada situação uma oportunidade, e sabiamente sabia o melhor para mim. Senti falta, chorei, me culpei. Não somente por ter perdido uma das melhores pessoas na minha vida, mas que com ela fazia a combinação perfeita."
*
"A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar, sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente."
*
"Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos."
*
"Que a felicidade bata logo em minha porta, antes que eu troque a fechadura."
*
"Só queria que ele percebesse uma vez o quanto mudei por causa dele. Pelo menos uma vez."
*
"Todos me julgam e muitas vezes condenam-me por ter te amado, ou as vezes chegar a pensar em ti, porém estes não entendem que você foi e até agora é a única pessoa que me fez bem, que soube fazer de cada situação uma oportunidade, e sabiamente sabia o melhor para mim. Senti falta, chorei, me culpei. Não somente por ter perdido uma das melhores pessoas na minha vida, mas que com ela fazia a combinação perfeita."
*
"A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar, sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente."
*
"Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos."
*
"Que a felicidade bata logo em minha porta, antes que eu troque a fechadura."
*
"Só queria que ele percebesse uma vez o quanto mudei por causa dele. Pelo menos uma vez."
''Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente e só então a gente poderá amar, de novo.''
"Onde você foi? Eu sinto muito sua falta. Parece que é pra sempre que você foi embora
Ela disse "Alguns dias eu me sinto como merda, alguns dias eu quero parar e ser normal só um pouco. Eu não entendo porque você tem sempre que ir. Eu vou junto mas as viagens sempre parecem tão longas. Eu me encontro ligando, fico no telefone porque sua voz sempre me ajuda quando me sinto só, mas me sinto um idiota esperando sua ligação. E nada. Eu quero que você saiba que é um muito foda que eu fico aqui esperando, às vezes debatendo, contando a você o que eu tive com você. Eu e o resto da familia aqui cantando "onde você foi?" (...)
*
(...)acontece que quando se ama de verdade, existe a vontade de ser sempre o melhor que se possa ser existe sim o desejo de chegar o mais perto possível da perfeição - se não puder tocá-la, que ao menos a tangencie.
muitas pessoas estufam o peito ao dizer que não cedem, muitas dessas mesmas pessoas enganam-se achando que realmente gostam de alguém. amor requer cuidado, carinho, precisa ser tratado com respeito. amor não é auto-suficiente, precisa ser diariamente alimentado. amor se constrói num substrato de pequenas atitudes que se transformam em gestos inesquecíveis, tornam-se fotografias guardadas na memória.
atropele o orgulho que tanto tenta impedí-lo de dizer e fazer o que mais tem vontade. passe por cima de qualquer sentimento que o impessa de fazer o que você sente. se ainda assim estiver hesitante, coloque prós e contras em cima da balança. pense, repense, considere, reconsidere, arrisque-se. perca o medo de se machucar, mas, sobretudo, perca também o medo de ser feliz.
e enquanto estiver feliz não se esqueça de não se privar de mostrar os dentes pra quem quiser vê-los.
na minha balança não existe um só peso do lado de lá."
A primeira é quando a relação termina e a gente,seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente e só então a gente poderá amar, de novo.''
"Onde você foi? Eu sinto muito sua falta. Parece que é pra sempre que você foi embora
Ela disse "Alguns dias eu me sinto como merda, alguns dias eu quero parar e ser normal só um pouco. Eu não entendo porque você tem sempre que ir. Eu vou junto mas as viagens sempre parecem tão longas. Eu me encontro ligando, fico no telefone porque sua voz sempre me ajuda quando me sinto só, mas me sinto um idiota esperando sua ligação. E nada. Eu quero que você saiba que é um muito foda que eu fico aqui esperando, às vezes debatendo, contando a você o que eu tive com você. Eu e o resto da familia aqui cantando "onde você foi?" (...)
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(...)acontece que quando se ama de verdade, existe a vontade de ser sempre o melhor que se possa ser existe sim o desejo de chegar o mais perto possível da perfeição - se não puder tocá-la, que ao menos a tangencie.
muitas pessoas estufam o peito ao dizer que não cedem, muitas dessas mesmas pessoas enganam-se achando que realmente gostam de alguém. amor requer cuidado, carinho, precisa ser tratado com respeito. amor não é auto-suficiente, precisa ser diariamente alimentado. amor se constrói num substrato de pequenas atitudes que se transformam em gestos inesquecíveis, tornam-se fotografias guardadas na memória.
atropele o orgulho que tanto tenta impedí-lo de dizer e fazer o que mais tem vontade. passe por cima de qualquer sentimento que o impessa de fazer o que você sente. se ainda assim estiver hesitante, coloque prós e contras em cima da balança. pense, repense, considere, reconsidere, arrisque-se. perca o medo de se machucar, mas, sobretudo, perca também o medo de ser feliz.
e enquanto estiver feliz não se esqueça de não se privar de mostrar os dentes pra quem quiser vê-los.
na minha balança não existe um só peso do lado de lá."
"O único motivo que ainda te escrevo, é justamente essa angústia de ter sempre algo a dizer, e por diversas vezes ter que ficar calada. Não por opção, e sim por obrigação. Creio que a monotonia tenha sido tamanha, a ponto de desmoronar tudo que construímos. Essa foi a verdade ou talvez só mais um eufemismo para algum defeito meu. Quero dizer que, estou em busca de uma aventura e talvez eu não tenha dado o tempo necessário pra você arrumar suas malas e se juntas a mim.
Ah, eram tão mágicos aqueles tempos. Os nossos tempos. Era apenas aquilo, tua vida misturada a minha, tão natural, tão intenso. E você me olhava com os olhos atentos, fascinados. Eu, tão opaca.. Mas tudo vai passar meu caro, e só restará as lembranças boas, aquelas que lembraremos daqui a algum tempo e iremos rir.. Lembraremos como era fascinante o eu e o você, ter tornado um nós tão inexplicavelmente único.. E quando passar, vamos entender que todo amor excessivo requer um tempo de solidão. Um tempo pra crescer e aprender a deixar os receios de lado da maneira mais sutil possível.
Pois é, a triste verdade, é que as coisas foram se empoeirando, as luzes foram se ofuscando, e perdendo a luminosidade que tinha quando a acendemos, as cortinas foram se fechando antes mesmo de acabar o espetáculo.. E o que virá depois desse ciclo vicioso? Sobretudo, a necessidade.
Agora eu deixo o vento levar as magoas, as palavras perdidas, as desculpas não atendidas, os valores não dados, os apelos de paz não atendidos.. Deixo o vento levar junto com ele, toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa, e sopro pra eles irem longe da gente. Só não deixo que ele leve as memórias, porque fora a coisa mais fascinante que me resta. Portanto, depois de todo o processo, eu me levantei, me recompus, limpei o rosto, afastei a necessidade e desde aí tento seguir em frente."
*
"Você está me abandonando e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. (...) Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto."
*
"estou precisada de emoções. é com muita sinceridade que lhe digo: continuo insatisfeita e catastrófica, boy. não mudei muita coisa, as mesmas neuroses de sempre me perseguem. os mesmos pensamentos e a aquela única destreza: estou me esforçando para parecer intangível. às vezes eu fico oca, mas é com muito cuidado que insisto no contraponto, no caso, amar. acima de todas as coisas. amar o outro na extensão do meu próprio corpo, até onde os meus dedos conseguirem tocar e a minha língua conseguir sentir o gosto. é assim mesmo que se diz? meu deus, como a gente se trai com essas idéias. é tudo tão apaixonado que eu nem sei se sei ou se acredito. e ao mesmo tempo é tudo tão down. a gente não se doa, boy, a gente mal se vê nos olhos, na pupila dilatada do outro. apenas acenamos afirmativamente com outros propósitos."
sinto falta de cuidados.
Ah, eram tão mágicos aqueles tempos. Os nossos tempos. Era apenas aquilo, tua vida misturada a minha, tão natural, tão intenso. E você me olhava com os olhos atentos, fascinados. Eu, tão opaca.. Mas tudo vai passar meu caro, e só restará as lembranças boas, aquelas que lembraremos daqui a algum tempo e iremos rir.. Lembraremos como era fascinante o eu e o você, ter tornado um nós tão inexplicavelmente único.. E quando passar, vamos entender que todo amor excessivo requer um tempo de solidão. Um tempo pra crescer e aprender a deixar os receios de lado da maneira mais sutil possível.
Pois é, a triste verdade, é que as coisas foram se empoeirando, as luzes foram se ofuscando, e perdendo a luminosidade que tinha quando a acendemos, as cortinas foram se fechando antes mesmo de acabar o espetáculo.. E o que virá depois desse ciclo vicioso? Sobretudo, a necessidade.
Agora eu deixo o vento levar as magoas, as palavras perdidas, as desculpas não atendidas, os valores não dados, os apelos de paz não atendidos.. Deixo o vento levar junto com ele, toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa, e sopro pra eles irem longe da gente. Só não deixo que ele leve as memórias, porque fora a coisa mais fascinante que me resta. Portanto, depois de todo o processo, eu me levantei, me recompus, limpei o rosto, afastei a necessidade e desde aí tento seguir em frente."
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"Você está me abandonando e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. (...) Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto."
*
"estou precisada de emoções. é com muita sinceridade que lhe digo: continuo insatisfeita e catastrófica, boy. não mudei muita coisa, as mesmas neuroses de sempre me perseguem. os mesmos pensamentos e a aquela única destreza: estou me esforçando para parecer intangível. às vezes eu fico oca, mas é com muito cuidado que insisto no contraponto, no caso, amar. acima de todas as coisas. amar o outro na extensão do meu próprio corpo, até onde os meus dedos conseguirem tocar e a minha língua conseguir sentir o gosto. é assim mesmo que se diz? meu deus, como a gente se trai com essas idéias. é tudo tão apaixonado que eu nem sei se sei ou se acredito. e ao mesmo tempo é tudo tão down. a gente não se doa, boy, a gente mal se vê nos olhos, na pupila dilatada do outro. apenas acenamos afirmativamente com outros propósitos."
sinto falta de cuidados.
domingo, 18 de julho de 2010
''Quando te falo da idade, quando te falo do tempo, e não tivemos tempo - queria te falar de Cronos, Saturno, da volta pelo Zodíaco quando se completa 30 anos. A tua estrela é muito clara, tem sinais bons na tua testa. Compreendo teu Plutão e a Lua encarcerados na casa XII - as emoções e paixões aprisionadas -, e também Urano, todo o impulso bloqueado. Na mesma casa, a do Karma, a dos espíritos que mais sofrem, tenho também o Sol, Mercúrio e Netuno. Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos espantosamente parecidos. E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem.''
Fiz fantasias. No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio. Até o último momento esperei que você me chamasse pelo telefone. Que você fosse ao aeroporto. Casablanca, última cena.
“Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias. É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena. É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito, preparar uma massa, sentir seus cílios. “Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?” Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto. Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates… Apague minhas interrogações.Por que estamos tão perto e tão longe? Quero acabar com as leis da física, dois corpos ocuparem o mesmo lugar! Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha.Não sou pedaço. Mas não me basto.”
Você pode me dar pelo menos uma prova desse amor? não precisa ter medo de me magoar ou enganar, eu corro esse risco.
Você pode me dar pelo menos uma prova desse amor? não precisa ter medo de me magoar ou enganar, eu corro esse risco.
'Ela observa-o. Faz com o maior cuidado para que ele não note. Vem. Me comprimenta. Depois me puxa pela mão, me leva em algum lugar isolado para conversar. Só não diga coisas idiotas. Olhe nos meus olhos. Diga coisas bonitas. Diga que gosta de mim. Diga que gosta do meu jeito difícil. Peça para que eu olhe nos seus olhos também. Diga que gosta de complicação. Diga que você não se acha bom o bastante pra mim. Mas diga que ainda assim gosta muito de mim. Diga que ela não teve importância. Diga que você sente muito por antes. Diga que agora vê o quão especial eu sou. Peça para que eu pare de rir das suas súplicas. Ria dos insultos que te direi que bem sabe você que serão da boca pra fora. E então, elogie meu cabelo. Elogie minha roupa. Ria do meu mau humor. Depois tenta me beijar. Vou te empurrar, mas não vai ser porque eu quero. Depois diga que não vai desistir, e comece com as coisas bonitas de novo... Depois me abrace. E não me solte mais. Ele a cumprimenta. Ela sorri. Ele nem repara. E simplesmente sai andando. Quanta desilusão.''
*
"Cuidado com as ilusões, mocinha, profundas e enganosas feito o mar."
*
"Cuidado com as ilusões, mocinha, profundas e enganosas feito o mar."
"-Oi-tudo-bem-e-aí-tô-ligando-pra-saber-se-você-vai-fazer-alguma-coisa-hoje-à-noite. Como se a gente tivesse obrigação de fazer alguma coisa todanoite. Só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a
qualquer preço nos fins de semana, pode? Tenho vontade de dizer nada, não vou fazer absolutamente nada. Só talvez, mais tarde, se estiver de saco muito cheio, tentar o suicídio com uma dose excessiva de barbitúricos, uma navalha, um bom bujão de gás ou algo assim. Se você quiser me salvar, esteja à gosto, coração."
''E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado.''
qualquer preço nos fins de semana, pode? Tenho vontade de dizer nada, não vou fazer absolutamente nada. Só talvez, mais tarde, se estiver de saco muito cheio, tentar o suicídio com uma dose excessiva de barbitúricos, uma navalha, um bom bujão de gás ou algo assim. Se você quiser me salvar, esteja à gosto, coração."
''E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado.''
Me queira bem. Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas. Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz. Você é muito lindo e eu tento te enviar a minha melhor vibração de axé. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim."
Com cuidado, com carinho grande, te abraço forte e te beijo,
P.S.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem sol.”
Com cuidado, com carinho grande, te abraço forte e te beijo,
P.S.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem sol.”
"Desculpem o trocadilho infame, mas a vida é feita de altos e baixos. Altos, fortes, morenos, sensuais, possíveis e aquele baixinho, meio esquisito, que não sai da sua cabeça. Impressionante como a gente sofre por nada. Um cheiro que mexe com você, um jeito de olhar contido, uma idéia inteligente, várias na verdade. Não, não é nada disso, a gente sofre é pela impossibilidade. Desde que o mundo é mundo não há nada mais afrodisíaco do que a proibição. E se a Julieta tivesse visto o Romeu acordar com mau hálito? E se o Romeu descobrisse o chulé da Julieta? Convivência é foda. Pois é, aquele baixinho esquisito não pertence ao grupo dos amores possíveis, a graça dele pode durar uma eternidade, dependendo do seu grau de estupidez criativa(...) Pertence ao campo dos idealizados, sonhados e distantes, o que faz dele enorme, lá no pedestal. E nada melhor do que as lacunas da improbabilidade para esquentar uma paixão. Nessas lacunas você tem espaço para criar a história como quiser, ganha poder, inventa. Ele é seu, seu personagem. Nesses espaços livres você coloca todos os seus sonhos, toda a sua imaginação. Cenas completas com fundo musical e palavras certas, finais e desfechos inesperados. Quando você menos espera, ele faz mais parte da sua vida do que você mesma. Mas a realidade aparece mais cedo ou mais tarde, vem como uma angústia. Era só um cara interessante, agora pode te matar. Pronto, você está apaixonada. E a paixão tem suas etapas. Primeiro a negação: eu apaixonada? Imagina. Ele é impossível, nunca vai me dar bola... Depois a maximização: ele é mais inteligente, mais bonito, mais engraçado. E todos os mais possíveis para que ele seja mais desafio para você(...) E você está a um passo do endeusamento: "ele é único", aí fodeu. Se ele é único, ele é a sua única chance de ser feliz. E, se ele não quer nada com você, você acaba de perder a sua única chance de ser feliz. Bem-vinda à depressão.
Como você é ridícula... Lá fora há milhares de possibilidades de felicidade, de felicidades possíveis. De realidade. E você eternamente trancada na porta que o mundo fechou na sua cara. Fazendo questão de questionar e atentar o inexistente. Vá viver um grande amor. Olha, faça um favor para mim, antes de tremer as pernas pelo inconquistável e apagar as luzes do mundo por um único brilho falso, olhe dentro de você e pergunte: estupidez, masoquismo ou medo de viver de verdade?"
Como você é ridícula... Lá fora há milhares de possibilidades de felicidade, de felicidades possíveis. De realidade. E você eternamente trancada na porta que o mundo fechou na sua cara. Fazendo questão de questionar e atentar o inexistente. Vá viver um grande amor. Olha, faça um favor para mim, antes de tremer as pernas pelo inconquistável e apagar as luzes do mundo por um único brilho falso, olhe dentro de você e pergunte: estupidez, masoquismo ou medo de viver de verdade?"
"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas. Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar e são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor (...) Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã."
**
Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia numa rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim?
**
Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia numa rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim?
"Hoje é dia de mudar de casa, de rua, de vida. As malas sufocam os corredores. Pelo chão restam plumas amassadas, restos de purpurina, frangalhos de echarpes indianas roubadas, pontas de cigarro (Players Number Six, o mais barato). Chico toca violão e canta London, London: no, nowhere togo. Poucos ainda sorriem e olham nos olhos.
Hoje é dia, mais uma vez, de mudar de casa e de vida. Os olhos buscam signos, avisos, o coração resiste (até quando?) e o rosto se banha de estrelas dormidas de ontem, estrelas vagabundas encontradas pelas latas de lixo abundantes de London, London, Babylon City Alguém pergunta: “O que é que se diz quando se está precisando morrer?” Eu não digo nada, é a minha resposta. Sento no chão e contemplo os escombros de Sodoma e Gomorra: brava Bravington Road, bye, bye.
Amanhã é dia de nascer de novo. Para outra morte. Hoje é dia de esperar que o verde deste quase fim de inverno aqueça os parques gelados, as ruas vazias, as mentes exaustas de badtrzps. Hoje é dia de não tentar compreender absolutamente nada, não lançar âncoras para o futuro. Estamos encalhados sobre estas malas e tapetes com nossos vinte anos de amor desperdiçado, longe do país que não nos quis. Mas amanhã será quem sabe o acerto de contas e Jesusinho nos pagará todas as dívidas? Só que já não sei se ainda acredito nele.
(...)
Meu coração vai batendo devagar como uma borboleta suja sobre este
jardim de trapos esgarçados em cujas malhas se prendem e se perdem os restos coloridos da vida que se leva. Vida? Bem, seja láo que for isto que temos…"
"Com a faca da nostalgia do longe cravada fundo no peito. Às vezes dói, mas logo passa também."
*
- esquece esse menino. - mamãe disse. bem, sou obediente né...
Hoje é dia, mais uma vez, de mudar de casa e de vida. Os olhos buscam signos, avisos, o coração resiste (até quando?) e o rosto se banha de estrelas dormidas de ontem, estrelas vagabundas encontradas pelas latas de lixo abundantes de London, London, Babylon City Alguém pergunta: “O que é que se diz quando se está precisando morrer?” Eu não digo nada, é a minha resposta. Sento no chão e contemplo os escombros de Sodoma e Gomorra: brava Bravington Road, bye, bye.
Amanhã é dia de nascer de novo. Para outra morte. Hoje é dia de esperar que o verde deste quase fim de inverno aqueça os parques gelados, as ruas vazias, as mentes exaustas de badtrzps. Hoje é dia de não tentar compreender absolutamente nada, não lançar âncoras para o futuro. Estamos encalhados sobre estas malas e tapetes com nossos vinte anos de amor desperdiçado, longe do país que não nos quis. Mas amanhã será quem sabe o acerto de contas e Jesusinho nos pagará todas as dívidas? Só que já não sei se ainda acredito nele.
(...)
Meu coração vai batendo devagar como uma borboleta suja sobre este
jardim de trapos esgarçados em cujas malhas se prendem e se perdem os restos coloridos da vida que se leva. Vida? Bem, seja láo que for isto que temos…"
"Com a faca da nostalgia do longe cravada fundo no peito. Às vezes dói, mas logo passa também."
*
- esquece esse menino. - mamãe disse. bem, sou obediente né...
"O que quero dizer é justamente o que estou dizendo.
Não estou com pena de mim. Tá tudo bem. Tenho tomado banho, cortado as unhas, escovado os dentes, bebido leite.
Meu coração continua batendo - taquicárdico, como sempre.
Dá licença, Bob Dylan: it’s all right man, I’m just bleeding.
Tá limpo. Sem ironias. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar."
*
Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?
Não estou com pena de mim. Tá tudo bem. Tenho tomado banho, cortado as unhas, escovado os dentes, bebido leite.
Meu coração continua batendo - taquicárdico, como sempre.
Dá licença, Bob Dylan: it’s all right man, I’m just bleeding.
Tá limpo. Sem ironias. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar."
*
Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?
...Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, minhas unhas mal pintadas e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti..."
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"Eu quero Nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam."
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Nunca tinha sido tão intenso, nem tão bonito. Nunca tinha tido um jeito assim, tão forever.
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I'm full, thanks. Foto publicada às 22:50
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"Eu quero Nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam."
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Nunca tinha sido tão intenso, nem tão bonito. Nunca tinha tido um jeito assim, tão forever.
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I'm full, thanks. Foto publicada às 22:50
"Eu só queria que você não me esquecesse neste tempo mesmo. Vai e esquece meu nome, mas não esquece de sorrir ao lembrar dos meus olhos, não esquece de fechar os seus para lembrar da minha pele. Tenho tanto medo, aliás, que a memória da sua se vá da ponta de meus dedos.
Tenho tanto medo do tempo, que quer sempre conformar tudo. Se um dia acordo de cara boa e pouquinha saudade, já me dói saber que isso é o tempo querendo pregar suas peças de esquecimento. Tenho raiva de esquecer e de ser esquecível."
Eu treinei viver sem você. De tanto treinar, acostumei.
(mas isso não vai ser normal pra mim nunca, nunca)
Tenho tanto medo do tempo, que quer sempre conformar tudo. Se um dia acordo de cara boa e pouquinha saudade, já me dói saber que isso é o tempo querendo pregar suas peças de esquecimento. Tenho raiva de esquecer e de ser esquecível."
Eu treinei viver sem você. De tanto treinar, acostumei.
(mas isso não vai ser normal pra mim nunca, nunca)
"Mas tudo vai passar meu caro, e só restará as lembranças boas, aquelas que lembraremos daqui a algum tempo e iremos rir... Lembraremos como era fascinante o eu e o você, ter tornado um nós tão inexplicavelmente único... E quando passar, vamos entender que todo amor excessivo requer um tempo de solidão. Um tempo pra crescer e aprender a deixar os receios de lado da maneira mais sutil possível. Deixo o vento levar junto com ele, toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa, e sopro pra eles irem longe de mim. Só não deixo que ele leve as memórias, porque fora a coisa mais fascinante que me resta"
Sim, afligia muito querer e não ter. Ou não querer e ter. Ou não querer e não ter. Ou querer e ter. Ou qualquer outra enfim dessas combinações entre os quereres e os teres de cada um, afligia tanto.
Que ainda não passou.(Camila Paier)
Está aqui. Dentro, fundo e meio escondido, mas firme. Forte não, que por um fio se equilibra tudo isso há muito tempo. Mas fio esse, que talvez seja de cobre, ouro, metais nobres. Um fio que segura, e por onde a equilibrista dentro de mim se aventura. Mesmo você não sendo bêbado, e estando longe disso, é claro.
Descobri apenas à pouco, enquanto me esforçava em fazer careta ao ouvir teu nome, gritar pro mundo que você não existe mais na minha felicidade, concordar na sua idiotice calhorda e dançar loucamente à noite. Beijar aparentes príncipes, que não tinham nem de longe a tua malandragem, e eloqüência de sapo magnífico. Ajudei no que pude, compreendi emoções, tentei calar a minha boca grande, viver intensamente. Fiz tudo o que me coube, para me livrar do sentimento nostálgico que é curar de vez esse vazio dolorido que me afinca o peito. Sanei tantas dúvidas, curei algumas questões incompreendidas, para esquecer aquilo que me inquietava por dentro. Cuidei dos outros, e me joguei num canto. E no final das costas, eu quem deveria encabeçar a minha lista em primeiro lugar, tirar todo e qualquer resquício seu, daqui. De mim.
Uma semana, e dois primeiros encontros. Saldo final? Nada que tenha me feito vibrar. Ou, pensar em substituir lembranças das nossas conversas sem fim, de algumas piadas internas, e o encaixe perfeito dos teus braços, sob a minha cintura. Não é tentando substituir que se esquece: só se lembra ainda mais. Em cada erro do outro, cada gafe, só se recorda mais e mais do quanto não era assim antes, com outro alguém. E isso dói. Comparar pessoas é mais ou menos como qualquer necessidade fisiológica: não é bonito, mas é inevitável. Não se pode fugir. Ainda não sei onde procurar alguém com o mesmo sorriso leve, e a maneira única de me olhar de frente, encarar com vontade. Eu tento, eu quase consegui, mas ao me colocar novamente em companhia-masculina-possível, titubeio. Vejo o banner do nosso filme, já na locadora, e quero morrer. Ouço a música que cantávamos juntos, animados e em descontração, e exito. Quase choro. E me faço brusca, fugitiva, e desinteressada: não dá. Se paro para refletir, me torno quieta - o que é raríssimo. Mesmo não sabendo o que fazer com tudo aqui dentro, que depois de tanto tempo, e muitos dias ainda me incomoda, tira meu sono, e rasga minha paz, sou quase uma prisioneira: me tranquei nesse beco sem saída, nessa cela obscura, e é como se tivesse engolido a chave, sem volta. Precipitei situações, e te fiz ir longe; te vi ir indo, e perdi.
Talvez pra sempre, quem sabe nunca mais. E todos me dizem que não valia a pena, que não vale e muito menos, valeria. Me pergunto íntima e por dentro, quando é que isso vai passar, que me aparecerá alguém à altura, que eu me pegarei apaixonada e feliz, como já fui? Rezo, e culpo alguns santos. Peço encarecidamente que Deus veja toda essa injustiça, e cubra o mundo com o que acredito. Com amor decente, e pra quem dá amor - o certo, o que nos ensinam na catequese e o que nos é educado em casa, não é exatamente isso? Dê amor, e receberás de volta. Só ainda não encontrei motivos para acreditar piamente em tal afirmação. Nenhum, muito menos dois.
Não quero companhia, essa dor é apenas minha, e não há o que cure (a não ser, você mesmo). Sendo que está longe, e impossível. Sem preço a pagar, e muito o que fazer, me fecho novamente na minha colcha lilás, e sob a luz apagada. Dispenso caridade, tenho nojo. Nunca fui coitada, e mesmo na minha maneira Pollyanna em ver o mundo, aprontei das minhas. E por mais que provoque desejos alheios, que me sinta a rainha da noite, e que aproveite o máximo que posso, quando quieta e pensativa, sou apenas despedaçada. Me falta algo, e talvez seja minha felicidade real, meu sorriso sincero, ou quem sabe, o que por um bom tempo causou toda essa minha onda feliz e pacífica: você.
Tomada por uma saudade enorme, e um sonho ruim, disco os números que alguma vez já decorei, esqueci e apaguei. Ouço sua voz inesquecível, coração que palpita, ansiedade que toma conta. Sem muito o que fazer, e tanta coisa a dizer, desligo. Saciada, medrosa e levada; vivendo, e fazendo acontecer. E mesmo assim, sentindo enormemente a falta nobre que é estar sem a sua presença ilustre. Porque não há faculdade federal, carro importado ou paixão por mim que compre ou derrube o território que conquistaste em mim. Ainda aqui, quem manda no pedaço, e comanda ruas, movimentações e greves, é o senhor. Pode ter certeza, excelentíssimo.
Descobri apenas à pouco, enquanto me esforçava em fazer careta ao ouvir teu nome, gritar pro mundo que você não existe mais na minha felicidade, concordar na sua idiotice calhorda e dançar loucamente à noite. Beijar aparentes príncipes, que não tinham nem de longe a tua malandragem, e eloqüência de sapo magnífico. Ajudei no que pude, compreendi emoções, tentei calar a minha boca grande, viver intensamente. Fiz tudo o que me coube, para me livrar do sentimento nostálgico que é curar de vez esse vazio dolorido que me afinca o peito. Sanei tantas dúvidas, curei algumas questões incompreendidas, para esquecer aquilo que me inquietava por dentro. Cuidei dos outros, e me joguei num canto. E no final das costas, eu quem deveria encabeçar a minha lista em primeiro lugar, tirar todo e qualquer resquício seu, daqui. De mim.
Uma semana, e dois primeiros encontros. Saldo final? Nada que tenha me feito vibrar. Ou, pensar em substituir lembranças das nossas conversas sem fim, de algumas piadas internas, e o encaixe perfeito dos teus braços, sob a minha cintura. Não é tentando substituir que se esquece: só se lembra ainda mais. Em cada erro do outro, cada gafe, só se recorda mais e mais do quanto não era assim antes, com outro alguém. E isso dói. Comparar pessoas é mais ou menos como qualquer necessidade fisiológica: não é bonito, mas é inevitável. Não se pode fugir. Ainda não sei onde procurar alguém com o mesmo sorriso leve, e a maneira única de me olhar de frente, encarar com vontade. Eu tento, eu quase consegui, mas ao me colocar novamente em companhia-masculina-possível, titubeio. Vejo o banner do nosso filme, já na locadora, e quero morrer. Ouço a música que cantávamos juntos, animados e em descontração, e exito. Quase choro. E me faço brusca, fugitiva, e desinteressada: não dá. Se paro para refletir, me torno quieta - o que é raríssimo. Mesmo não sabendo o que fazer com tudo aqui dentro, que depois de tanto tempo, e muitos dias ainda me incomoda, tira meu sono, e rasga minha paz, sou quase uma prisioneira: me tranquei nesse beco sem saída, nessa cela obscura, e é como se tivesse engolido a chave, sem volta. Precipitei situações, e te fiz ir longe; te vi ir indo, e perdi.
Talvez pra sempre, quem sabe nunca mais. E todos me dizem que não valia a pena, que não vale e muito menos, valeria. Me pergunto íntima e por dentro, quando é que isso vai passar, que me aparecerá alguém à altura, que eu me pegarei apaixonada e feliz, como já fui? Rezo, e culpo alguns santos. Peço encarecidamente que Deus veja toda essa injustiça, e cubra o mundo com o que acredito. Com amor decente, e pra quem dá amor - o certo, o que nos ensinam na catequese e o que nos é educado em casa, não é exatamente isso? Dê amor, e receberás de volta. Só ainda não encontrei motivos para acreditar piamente em tal afirmação. Nenhum, muito menos dois.
Não quero companhia, essa dor é apenas minha, e não há o que cure (a não ser, você mesmo). Sendo que está longe, e impossível. Sem preço a pagar, e muito o que fazer, me fecho novamente na minha colcha lilás, e sob a luz apagada. Dispenso caridade, tenho nojo. Nunca fui coitada, e mesmo na minha maneira Pollyanna em ver o mundo, aprontei das minhas. E por mais que provoque desejos alheios, que me sinta a rainha da noite, e que aproveite o máximo que posso, quando quieta e pensativa, sou apenas despedaçada. Me falta algo, e talvez seja minha felicidade real, meu sorriso sincero, ou quem sabe, o que por um bom tempo causou toda essa minha onda feliz e pacífica: você.
Tomada por uma saudade enorme, e um sonho ruim, disco os números que alguma vez já decorei, esqueci e apaguei. Ouço sua voz inesquecível, coração que palpita, ansiedade que toma conta. Sem muito o que fazer, e tanta coisa a dizer, desligo. Saciada, medrosa e levada; vivendo, e fazendo acontecer. E mesmo assim, sentindo enormemente a falta nobre que é estar sem a sua presença ilustre. Porque não há faculdade federal, carro importado ou paixão por mim que compre ou derrube o território que conquistaste em mim. Ainda aqui, quem manda no pedaço, e comanda ruas, movimentações e greves, é o senhor. Pode ter certeza, excelentíssimo.
terça-feira, 29 de junho de 2010
"O único motivo que ainda te escrevo, é justamente essa angústia de ter sempre algo a dizer, e por diversas vezes ter que ficar calada. Não por opção, e sim por obrigação. Creio que a monotonia tenha sido tamanha, a ponto de desmoronar tudo que construímos. Essa foi a verdade ou talvez só mais um eufemismo para algum defeito meu. Quero dizer que, estou em busca de uma aventura e talvez eu não tenha dado o tempo necessário pra você arrumar suas malas e se juntas a mim, mas isso não passa de uma metáfora, é óbvio.
Ah, eram tão mágicos aqueles tempos. Os nossos tempos. Era apenas aquilo, tua vida misturada a minha, tão natural, tão intenso. E você me olhava com os olhos atentos, fascinados. Eu, tão opaca.. Mas tudo vai passar meu caro, e só restará as lembranças boas, aquelas que lembraremos daqui a algum tempo e iremos rir.. Lembraremos como era fascinante o eu e o você, ter tornado um nós tão inexplicavelmente único.. E quando passar, vamos entender que todo amor excessivo requer um tempo de solidão. Um tempo pra crescer e aprender a deixar os receios de lado da maneira mais sutil possível.
Pois é, a triste verdade, é que as coisas foram se empoeirando, as luzes foram se ofuscando, e perdendo a luminosidade que tinha quando a acendemos, as cortinas foram se fechando antes mesmo de acabar o espetáculo.. E o que virá depois desse ciclo vicioso? Sobretudo, a necessidade.
Agora eu deixo o vento levar as magoas, as palavras perdidas, as desculpas não atendidas, os valores não dados, os apelos de paz não atendidos.. Deixo o vento levar junto com ele, toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa, e sopro pra eles irem longe de mim. Só não deixo que ele leve as memórias, porque fora a coisa mais fascinante que me resta. Portanto, depois de todo o processo, eu me levantei, me recompus, limpei o rosto, afastei a necessidade e segui em frente. Fiz isso, porque era a melhor coisa a se fazer, maybe."
"E o que é que ela vê nele? Nossos amigos se interrogam sobre nossas escolhas, e nós fazemos o mesmo em relação às escolhas deles. O que é, caramba, que aquele Fulano tem de especial? E qual será o encanto secreto da Beltrana?
Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros.
Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda."
Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros.
Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda."
"Eu sempre tento dar o meu melhor, mas eu sei muito bem que eu posso ser chata, irritante e sarcástica a ponto de estressar as pessoas. Então, não, não sou o que os outros querem que eu seja em tempo integral e estou longe, assim como toda a humanidade, de conseguir ser isso. Às vezes a gente se acha no direito de exigir que os outros sejam aquilo que não somos, simplesmente por não entendermos (ou simplesmente não nos conformarmos) que ninguém é perfeito. As coisas seriam mais simples se funcionassem sempre harmonicamente. Ou não, talvez o mundo ficasse chato e, se fosse assim, perderia a graça. Eu sou do tipo que nem gosta de pessoas muito “felizes” (entenda isso como pessoas que vivem sorrindo 24h por dia como se tudo tivesse sempre bem), elas sempre parecem artificiais demais e isso me incomoda. A vida não é perfeita, e, às vezes, a gente nem mesmo encontra saída para as coisas mais corriqueiras porque sempre vemos problema em tudo.Talvez o problema, seja justamente ver problema em tudo, inventar coisa onde não existe. (...) mas todo mundo tem problema sim, não é nada pessoal, é simplesmente o fato de que o ser humano nunca está satisfeito, seja por ambição ou sei lá por qual motivo, estamos sempre buscando mais e quando a gente consegue o que a gente quer, a gente muda de rumo. Se você fica muito rico, você descobre que dinheiro não é felicidade; se você ainda não é rico, você quer ficar rico; se você encontra o amor da sua vida, você quer que ele não deixe a toalha molhada na cama, abaixe o acento do sanitário, não beba água na jarra e quer que ele se livre de todas aquelas manias chatas que todo mundo tem, até mesmo você; se você tá magra, você quer engordar um pouquinho, se você tá gordinha você quer ficar magrela; se o cabelo é liso quer enrolado, e vice-versa, enfim, isso não tem fim. Ninguém está completamente satisfeito, mas, tenho uma boa notícia: É normal! Todo mundo é assim, até o Papa e a Rainha Elizabeth (que não pode tocar em dinheiro porque existem pessoas específicas para fazerem isso por ela. Talvez ela queira tocar em dinheiro, não?). Enfim, acho que deu para entender que as pessoas são diferentes e que altruísmo deve ser equilibrado com egoísmo. Eu sou a favor do meio termo, porque existe um egoísmo disfarçado de “amor próprio” que deve ser lembrado sempre.(...)
*
"E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado."
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tava com saudade de vocês. :)
*
"E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado."
*
tava com saudade de vocês. :)
"Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
"Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Das coisas que eu queria ouvir.
"Naquele dia-a-dia, chegou o dia. Eu abri a porta de casa, carregando meus cadernos, bolsas e as contas a pagar. Quase que visito o chão ao passar despercebida pelo pedaço de papel amarelo, canto de catálogo telefônico, que estava por ali. Era um bilhete do porteiro. Pensei que já seria mais problema, reunião ou pagamentos. Me dei prioridade. Coloquei o papel de lado, tirei os saltos. Fui à cozinha, ao quarto. Me sentei para cumprir atividades. Olhei o papel. Li. Mas o que será que o porteiro estava guardando para mim? Desci. Lá estava ele. Como entrei pela garagem nem o vi. Eis que de trás do balcão surge, inesperadamente, um buquê de rosas. Aquela malicia adulta perpassa seu rosto. Agradeço. Volto estonteada. Surge a idéia de procurar por um cartão. Então eu acho. É seu, meu amor. Aqueles escritos, em aramaico quase, que eu aprendi a decifrar na escola enquanto rabiscava “te amo(s)” pelo seu caderno. Aquele que me escreveu “te amo(s)” também. Pena que não escreve mais. Ou não escrevia. Era simples, você tinha lembrado, talvez um pouco tardiamente, que eu gostava de rosas e resolveu me mandar. Eu engoli. Não consigo enxergar maldade, até hoje, no nosso relacionamento juvenil. Já era noite. Resolvi deitar. Não segui as regras de etiqueta, não corri para o telefone. Deus, quem diria! Dormi e sonhei com você, meu bem, que graça! Há muito já havia me esquecido de te visitar em sonhos. Como foi bom reconhecer a ternura de seu abraço, seu olhar brilhante, seu sorriso iluminado. Deitamos para rever um dos vários filmes que assistimos juntos, abraçados, quando ainda éramos mais nossos. Acordei. Não, a nossa música já não é mais o meu despertador. Mas mesmo assim, acordei pensando em você. Olhei para as flores então na água. Já não tinha mais a mesma cor da noite passada. A flor, como o amor, desbota pouco a pouco. Apesar de sempre deixar sementes potencialmente capazes de se fazer reviver. Tomei meu café. Tomei meu banho, me arrumei. Juntei as coisas apressadas e quase me esqueço do celular. E da agenda! Ah a agenda! Seu telefone já se confundiu aos montes de números que tomaram prioridade. Ainda será o mesmo? Olhei o cartão, não havia telefone. Decidi tentar por aquele antigo, mas quando passasse pelo caótico trânsito. Cheguei no escritório, distribui “bom dia(s)”, e me sentei. Me envolvi em trabalhos, em estudos. Seu cartão caiu do meu colo. Me lembrei do sonho, da realidade perdida. Busquei voltar ao trabalho mas, por Deus, que lástima! Não agüentei. Te liguei naquele número. Chamou! Você me atendeu. Céus, sua voz me arrepiou e recuperou lembranças de uma pessoa que eu nem lembrava ter sido. Claro, almoçar dentro de duas horas. Em um restaurante que eu não me lembrava de ter ido com você. Cheguei, atrasada. Afinal, tem coisas que nunca mudam, como você mesmo disse. Olhei seu rosto, enquanto você olhava o meu. Tanta coisa tinha se passado e eu ainda encontrava seus detalhes, tão bem guardados e agora tão vivos, nas curvas de seu rosto. Seus olhos brilhavam daquele modo que eu conhecia. Ri, nervosa. Conversamos. Meu coração palpitava, minha cabeça se recusava a acreditar e meu corpo desejava o seu ardentemente. Continuava com aquele sorriso bobo, que você sempre soube colocar no meu rosto. Almoçamos. A rotina nos clamava. Combinamos um jantar, mais tarde em seu apartamento. Lembrava até do gosto diferente que a água tomava quando me dada por você. Esqueci das tarefas de casa. Pensava somente em te encontrar novamente. Cheguei, você estava tão lindo. Seu charme, que sempre fora tão angelical, me domou de um jeito intenso. Mas tomei cuidado. Amigavelmente, conversamos, jantamos e falamos de tudo que nos vinha à cabeça. Que coisa é a vida. Antes sabia tantos detalhes de você, e agora num ritmo descontrolado, perguntava de cada parente que quase me falhava a memória. Passamos um bom tempo. Resolvi voltar, estava tarde. Você me pediu pra ficar, mas disse ser em vão. Te queria, te quero. Você me beijou. Não era o mesmo beijo que eu me lembrava, mas ainda tinha a mesma magia de antes. Cedi. Quis saber seus limites comigo. Nenhum. Como tinha eu desejado isso! Éramos nós, éramos dois, éramos um. Era este o momento. Você percebera que era eu. Era eu quem seu coração sempre clamou, sempre implorou, sempre desejou. E quem você sempre negou. Rimos da situação. Chegava a ser estranho, mas se sentia certo. Para surpresa de muitos que se perderam pela vida, juntamos, vivemos. Gastou-se tempo. Mas eu te convenci com retórica fraca, juvenil. Você então me disse que me amava, que me queria, que era eu e mais ninguém. Nas nossas brigas, te dizia que quando você voltasse atrás seria tarde. Mas não foi."
Das coisas que eu queria ouvir (e das que eu queria que acontecesse).
Das coisas que eu queria ouvir (e das que eu queria que acontecesse).
Dá vontade de mandar meia dúzia de gente tomar no cu e correr pra casa chorando, se trancar no quarto pra tomar um toddy e jogar playstation até ficar vesga. Isso de escolher qual cara eu vou vestir hoje fode com tudo. Sempre. É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses tres ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.
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''Porque meu vazio é imenso. Já imaginou só? Já imaginou quando algum amigo seu apontar e falar: quem é aquela louca ali, berrando no meio da festa e pegando um táxi? E você vai ter de voltar sem graça, e explicar: ela se irritou porque eu peguei a última água com gás sem perguntar se ela queria.''
"Seja lá o que for que você dê a uma mulher, ela irá multiplicar. Se você a der esperma, ela lhe dará um bebê. Se a der uma casa, ela fará um lar. Se a der gêneros alimentícios, logo em seguida terá uma refeição. Se a der um sorriso, ela te dará o coração. Ela multiplica e aumenta tudo o que for dado a ela. Portanto, se você fizer qualquer merda, irá receber uma tonelada de porcarias. "
* fdp
* fdp
''(...) Como eu poderia explicar de modo que ele entendesse? Eu era uma concha vazia. Como uma casa vazia, por meses sem ninguém – uma casa condenada - eu era completamente inabitável.''
* Conseguiu fazer com que eu acreditasse em nós dois, independentemente de tudo e todos, independente do que falem ou deixem de falar ou fazer pra tentar frustrar os nossos planos e sonhos.
*cuidado com a tristeza, ela é um vício.
* Conseguiu fazer com que eu acreditasse em nós dois, independentemente de tudo e todos, independente do que falem ou deixem de falar ou fazer pra tentar frustrar os nossos planos e sonhos.
*cuidado com a tristeza, ela é um vício.
"Eu queria, de verdade, colocar dentro de um saco as três perguntas "Por quê?", "Pra quê?" e "Até quando?" e pedir para uma criança bem fofa, bem pura e bem feliz fazer aquela brincadeira de encher, encher, encher, até estourar."
* continue a nadar, continue a nadar, continue a nadar... para achar a solução? continue a nadar.
* continue a nadar, continue a nadar, continue a nadar... para achar a solução? continue a nadar.
"Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre..."
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As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá.
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As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá.
Quanto a mim, a voz rouca, fico por aqui comparecendo a atos públicos, entre uma e outra carreira, pixando muros contra usinas nucleares, em plena ressaca, um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda..."
*
É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira.
*
É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira.
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça, ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário, por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
* Ninguém dá conta e... quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada.
A moça, ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário, por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
* Ninguém dá conta e... quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada.
sábado, 26 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
"Verdade seja dita. Eu não sou como você esperava. Eu não sou escrava. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone em cada um. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que você espera. Muito mais do que você agüentaria. E muito mais do que você merece.
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo. Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.
Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo. Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.
Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."
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Ah! E caso tenham esquecido de lhe avisar: não adianta parar no tempo e esperar por outro babaca pra consertar o estrago. Você pode sentar e contar até 1.000 ou pode viver contando até 1.000.000.000. Com alguns band-aids por cima dos arranhões e alguns analgésicos, logo você estará pronta pra outra. A recuperação vem de dentro pra fora e depende muito mais de você do que de qualquer outra pessoa.''
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Ah! E caso tenham esquecido de lhe avisar: não adianta parar no tempo e esperar por outro babaca pra consertar o estrago. Você pode sentar e contar até 1.000 ou pode viver contando até 1.000.000.000. Com alguns band-aids por cima dos arranhões e alguns analgésicos, logo você estará pronta pra outra. A recuperação vem de dentro pra fora e depende muito mais de você do que de qualquer outra pessoa.''
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Dentre todas as fogueiras que pulei, você foi a mais baixa e a mais traiçoeira.
''Realmente, a unica forma de não se decepcionar com algo é não criar expectativas. Seja certo ou incerto, é sempre assim. No final das contas você percebe que nada é certo e que a possibilidade de DAR certo é a subtração da possibilidade de dar errado com a soma dos fatores que influenciam diretamente no resultado. A matemática da vida é desse jeito. Sempre aparece um babaca pra arruinar tudo quando você acha que já sabe todas as contas d-e-c-o-r-a-d-a-s.
Maldita solidão
Aquela maldita solidão era contagiosa e hoje eu que posso dizer: a minha solidão vai sufocar qualquer um que eu amar. Ontem eu saí. Sozinha. Fiquei bebendo sozinha até aparecer alguém. E mesmo quando apareceu, mesmo enquanto conversávamos, mesmo enquanto outras coisas aconteciam eu ainda me sentia sozinha. Essa solidão é como uma capa. Nada mais chega em mim. Eu posso até me entregar, posso até tirar a roupa, posso tentar, mas vou continuar sozinha. Não sei desde quando isso acontece. De repente era assim fazia tempo. Uma solidão crônica. Antes eu procurava alguém com quem não me sentisse sozinha. Era minha grande busca. Agora já não faz mais diferença. Acostuma como quem bebe demais se acostuma com a ressaca. Faz parte. Tenho outros tipos de amor. Tenho amor de muitos meninos. Mas não é romance, não tem manhãs, não tem mãozinha entrelaçada e pezinho roçando enroscado debaixo do lençol, não tem beijo e abraço, não tem cinema, não tem fazer nada juntos, não tem silêncios confortáveis e nem cabeça no colo. Nem lembro como é isso. Nem lembro da sensação. Acho que o romance morreu em mim. E eu nem notei.
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"Há um ano que eu pareço um disco riscado, repetindo sempre a mesma coisa. Que eu gosto de você mas não gosto do seu esnobismo, gosto de você mas não gosto do seu jeito escorregadio, gosto de você mas não gosto da sua vaidade. Estou sempre falando as mesmas palavras, e a gente se desencontrando, se desentendendo, seja no silêncio ou na repetição (..) Eu acreditava que fosse amor, por isso passei um ano acendendo uma vela pra Deus e a outra pro diabo, querendo você perto (...)
Um ano pedindo pra você me deixar em paz e nas entrelinhas gritando: me ame, seu idiota! e você surdo, mudo, cego e burro, desperdiçando o que eu tenho de mais sagrado, de mais inteiro e mais honesto. Você sempre foi corvarde que eu sei. Covarde. Se continuar moleque vai morrer sozinho. "Outra apaixonada'', você deve estar pensando. Não negarei, sou mesmo apaixonada por você, mas menos, bem menos do que já fui.
Pobre de você, don juanito, que teve mulheres bacanas na mão, não só eu, mas eu inclusive. Você bem que podia ter dado um basta nas suas pretensões e ter vivido um caso de amor igualzinho ao dos seus amigos. Você tinha, e tem potencial. Só não sabe o que fazer quando chega a hora de se entregar, prefere escapulir feito um rato.
(...) Você não merece meu carinho, meus elogios, meu apoio, nunca soube retribuir nem agradecer. Considera-se merecedor de todos os afetos, mas quem é você? Um príncipe escondido neste quarto-e-sala, em que vive, dirigindo esse seu corsa espacial. Nem bonito você é. Nem bonito. É o homem que eu amo, e isso lhe deveria servir. Mas se não serve, você dispensa esse tipo de sentimento barato, fazer o quê?"
sábado, 19 de junho de 2010
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É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as chifrudas bebem para esquecer as dúvidas, ao som de “Love is in the air”. Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.
Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.
Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela. E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida. (...)
Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. (...)
Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro.
Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa! Eu não. Eu não vou ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou "relaxaaaaaaaaaaaar".
É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as chifrudas bebem para esquecer as dúvidas, ao som de “Love is in the air”. Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.
Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.
Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela. E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida. (...)
Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. (...)
Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro.
Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa! Eu não. Eu não vou ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou "relaxaaaaaaaaaaaar".
cercada, e sozinha...
Lá estou eu em mais uma mesa com taças de vinho pela metade, risos pela metade, fumaças desenhando algo que quase formou uma imagem, restos de couvert e bolinhas inacabadas e nervosas de guardanapo.
Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum marido fabuloso que eu tive em alguma encarnação, do útero da minha mãe, do meu anjo da guarda que está de férias em Acapulco, do meu avô que embrulhava sempre meu aparelho de dentes em um guardanapo e depois esquecia e jogava no lixo achando que era resto de algum lanchinho, de algum amor verdadeiro que durou um segundo, de uma cena perfeita que meu inconsciente formou na infância e que eu me encarreguei de acreditar como sendo meu futuro.
Meus amigos me adoram e certamente chorariam se eu morresse. Mas será que eles sabem que eu penso sempre na morte? Será que eles sabem que aquela garota alí no canto da mesa, de decote, de bolsa da moda, rindo pra caramba, contando mais uma de suas aventuras vazias e descartáveis, acorda todos os dias pensando: o que eu realmente quero com essa vida? Como eu faço pra ser feliz? Será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, daqui a pouco vou morrer de chorar? E vice-versa? E isso 24 horas por dia? E isso mesmo com terapia, mesmo com macumba, mesmo com espiritismo, mesmo com meditação, mesmo com o namoradinho da semana.
(...) Minha melhor amiga me ama muito, mas ela adora que eu seja o erro em pessoa só para ela se sentir o acerto em pessoa. (...) Meu outro amigo me adora, muito, mas se pudesse, de verdade, ele trepava comigo a noite inteira e nem me ligava no dia seguinte. (...) E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor.
(...) Fulano se diverte horrores comigo mas, pensando bem, ele também curte aquela tia tatuada que eu nem sei quem é e no fundo to pouco me lixando. Fulano passeou de mãos dadas comigo naquele fim de tarde que mereceu nossos aplausos, mas, quer saber? Viram ele dois dias depois de dormir na minha casa com outra numa festa. Fulano me apresentou para todos os amigos e encheu minha geladeira de comida mas, quer saber, putz, qualquer garotinha do bar dos pseudo-intelectuais malas também pode ser interessante, ou, caso não seja, ao menos tem um buraco. Odeio todas as minhas pílulas, odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens.
Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. E não aguento mais os copos, as fumaças, os amigos, as intenções e as bolinhas de guardanapo pela metade. É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura.
E aí eu deito pra dormir e penso em sacanegem, mas também penso em coisas bonitinhas. E eu rezo pedindo a Deus que não espere mais eu ser legal para ser legal comigo, porque eu to esperando ele ser legal comigo para ser legal. Aí eu penso que ele já é legal comigo e que, talvez, eu já seja legal com ele. E que eu escrevi “ele” sem maiúscula mesmo, porque amigo íntimo a gente não fica com essa coisa de endeusar. E eu queria que Ele fosse meu amigo íntimo, ou ao menos existisse. E quando vou ver, já dormi. Sozinha."
Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum marido fabuloso que eu tive em alguma encarnação, do útero da minha mãe, do meu anjo da guarda que está de férias em Acapulco, do meu avô que embrulhava sempre meu aparelho de dentes em um guardanapo e depois esquecia e jogava no lixo achando que era resto de algum lanchinho, de algum amor verdadeiro que durou um segundo, de uma cena perfeita que meu inconsciente formou na infância e que eu me encarreguei de acreditar como sendo meu futuro.
Meus amigos me adoram e certamente chorariam se eu morresse. Mas será que eles sabem que eu penso sempre na morte? Será que eles sabem que aquela garota alí no canto da mesa, de decote, de bolsa da moda, rindo pra caramba, contando mais uma de suas aventuras vazias e descartáveis, acorda todos os dias pensando: o que eu realmente quero com essa vida? Como eu faço pra ser feliz? Será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, daqui a pouco vou morrer de chorar? E vice-versa? E isso 24 horas por dia? E isso mesmo com terapia, mesmo com macumba, mesmo com espiritismo, mesmo com meditação, mesmo com o namoradinho da semana.
(...) Minha melhor amiga me ama muito, mas ela adora que eu seja o erro em pessoa só para ela se sentir o acerto em pessoa. (...) Meu outro amigo me adora, muito, mas se pudesse, de verdade, ele trepava comigo a noite inteira e nem me ligava no dia seguinte. (...) E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor.
(...) Fulano se diverte horrores comigo mas, pensando bem, ele também curte aquela tia tatuada que eu nem sei quem é e no fundo to pouco me lixando. Fulano passeou de mãos dadas comigo naquele fim de tarde que mereceu nossos aplausos, mas, quer saber? Viram ele dois dias depois de dormir na minha casa com outra numa festa. Fulano me apresentou para todos os amigos e encheu minha geladeira de comida mas, quer saber, putz, qualquer garotinha do bar dos pseudo-intelectuais malas também pode ser interessante, ou, caso não seja, ao menos tem um buraco. Odeio todas as minhas pílulas, odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens.
Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. E não aguento mais os copos, as fumaças, os amigos, as intenções e as bolinhas de guardanapo pela metade. É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura.
E aí eu deito pra dormir e penso em sacanegem, mas também penso em coisas bonitinhas. E eu rezo pedindo a Deus que não espere mais eu ser legal para ser legal comigo, porque eu to esperando ele ser legal comigo para ser legal. Aí eu penso que ele já é legal comigo e que, talvez, eu já seja legal com ele. E que eu escrevi “ele” sem maiúscula mesmo, porque amigo íntimo a gente não fica com essa coisa de endeusar. E eu queria que Ele fosse meu amigo íntimo, ou ao menos existisse. E quando vou ver, já dormi. Sozinha."
te colocar numa caixinha.
Você, que já foi a melhor parte da minha vida, hoje em dia mal faz parte das minhas lembranças. Você que foi metade de mim, hoje, dificilmente, seria mais que uma coadjuvante no meu espetáculo que nunca pára e que sempre muda. Pra todos os lados que eu olho eu vejo você. Mas não é dessas frasezinhas bonitas que a gente põe em textos bobos, não. Você realmente está presente em tudo ao meu redor. Eu vejo você nos livros da minha estante, nas fotos dos porta-retratos espalhados pela casa, nas minhas roupas mais antigas e consequentemente as preferidas, nos meus filmes, nas festa que eu frequento, praias, shoppings, praças, ruas, calçadas. Você está aí, pelo mundo. Por tudo. Aí, pelo ar que eu respiro e que se encarrega de oxidar todas as feridas expostas que vejo pelo meu corpo. Aí, pela vida. Mas não está mais em mim. Você não está mais dentro de mim. Aos poucos você foi se retirando de mim como quem pune um imperdoável criminoso por um crime que ele nunca cometeu. Não existia essa de 'eu' ou 'você'. Éramos apenas nós. E nós fomos os culpados. Você deixou de existir em mim, eu deixei de existir em você.
Eu sempre disse que gostava de mudanças. Ainda digo. É verdade. Mas algumas mudanças, simplesmente, incomodam. Como um mosquitinho que entra no seu ouvido e fica lá, zunindo, durante horas, não te deixandos dormir a noite toda. Noites todas. Eu não quero nunca voltar atrás porque acredito que é pra frente que se anda, mas confesso que nunca vou entender certos rumos que a vida toma. Porque tanto desencontro? Não faz sentido. Pra continuarmos vivos, temos necessariamente que nos separar de quem gostamos? Porque somos obrigados, espancados, estuprados a aceitar essa verdade? Porque damos 'adeus' silenciosos, todos os dias?
Eu queria te petrificar. Queria te colocar numa caixinha. Pra ninguém te tocar nem ocupar tanto espaço no seu coração que um dia já foi só meu. Queria, assim mesmo, com o verbo conjugado no passado. Você não iria querer vir comigo. Não faço mais questão de aceitar seu novo ambiente. O que me resta então é querer te ver feliz. "Se não sabemos mais rir um do outro, meu amor, ah, então o que resta é chorar". Não é assim que dizem? Pois é. Que seja feita a vontade de seja lá quem for. Deus, destino, vida ou seja lá o quê. Você vai continuar me doendo, silenciosa. Mas eu vou continuar sorrindo. Foi assim que eu aprendi. E sabe o que dizem? Que os choros secos, são, quase sempre, os mais doloridos. E eu te engulo a seco. Engulo tua vida sem mim a seco. Calada. Mas, forte... Tudo passa. Eu queria te petrificar. Queria te colocar numa caixinha.
Até mais tarde...
Para a minha melhor amiga para sempre,
você ficará bem.
"Os homens distinguem-se pelo que fazem...
As mulheres, pelo que levam os homens a fazer."
"Aos 16 eles se conheceram. Ainda não sabiam nada sobre o amor, mas sentiam-se seguros quando estavam juntos. Não sabiam nada sobre a saudade, mas sentiam-se indefesos quando estavam separados.
A única coisa que eles realmente sabiam era que seria desnecessário tentar explicar ou descrever aquela situação; eles só precisavam, mesmo, sentir. E foi isso o que fizeram. Logo no segundo encontro via-se uma enorme sintonia crescer. Suas palavras dançavam em sincronia e eles já não se davam conta de quanto o tempo passava absurdamente rápido quando estavam juntos. Após este dia ficou claro que algo inexplicável estava acontecendo..."
Só para loucos, isso é só para loucos. Caretas não.
As mulheres, pelo que levam os homens a fazer."
"Aos 16 eles se conheceram. Ainda não sabiam nada sobre o amor, mas sentiam-se seguros quando estavam juntos. Não sabiam nada sobre a saudade, mas sentiam-se indefesos quando estavam separados.
A única coisa que eles realmente sabiam era que seria desnecessário tentar explicar ou descrever aquela situação; eles só precisavam, mesmo, sentir. E foi isso o que fizeram. Logo no segundo encontro via-se uma enorme sintonia crescer. Suas palavras dançavam em sincronia e eles já não se davam conta de quanto o tempo passava absurdamente rápido quando estavam juntos. Após este dia ficou claro que algo inexplicável estava acontecendo..."
Só para loucos, isso é só para loucos. Caretas não.
Mudei de estação na rádio. "O teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer". Tava tocando isso. E eu nem aí. No banco de trás um casaquinho verde musgo tamanho PP. De alguma garota da noite anterior. Ou da semana passada. Ele é cheio de garotas e pela primeira vez na vida sorri ao pensar isso. Tá certo ele. Bonitão, rico, engraçado e safado. Que mulher não se apaixona por ele?
Eu. Eu não me apaixono mais por ele. O que significa que agora podemos nos relacionar. O que significa que agora, posso ficar tranquilamente ao lado dele sem odiar meu cabelo e minha bunda e minha loucura. E posso vê-lo literalmente duas vezes ao ano, sem achar que duas vezes na semana são duas vezes ao ano. E posso vê-lo ir embora, sem me desmanchar ou querer abraçar meu porteiro e chorar. Consigo até dar tchauzinho do portão. Tchau, vou comer um pedaço de torta de nozes e assoviar. Tchau, querido mais um ser humano do planeta. (...) E ele me olhando de longe. 'Ah, se ela tivesse agido assim. Tão normal, tão simpática, tão leve, tão boa companhia. Ao invés daqueles surtos de ciúme, daquelas cobranças por mais intensidade, daquela necessidade em acordar de madrugada com medo da vida, daquela arrogância pra cima de mim e dos meus amigos que não sabiam conversar de livros, filmes, músicas e dor na alma. Se ela tivesse confiado assim no taco dela. E sorrido mais. Se ela tivesse me amado sem amar. Ou como amam as pessoas que conseguem se relacionar'. E eu lá, sendo adorada por ele, justamente porque não o adoro mais. Ô vidinha filha da puta.
Quando dizem que namoro ou casamento ou qualquer relacionamento mais sério pode não-dar-certo, eu discordo. O que definitivamente não dá certo, ao menos para mim, é se apaixonar. Agora, que graça tem fazer qualquer coisa da vida sem estar apaixonada? Ô vidinha filha da puta!
Eu. Eu não me apaixono mais por ele. O que significa que agora podemos nos relacionar. O que significa que agora, posso ficar tranquilamente ao lado dele sem odiar meu cabelo e minha bunda e minha loucura. E posso vê-lo literalmente duas vezes ao ano, sem achar que duas vezes na semana são duas vezes ao ano. E posso vê-lo ir embora, sem me desmanchar ou querer abraçar meu porteiro e chorar. Consigo até dar tchauzinho do portão. Tchau, vou comer um pedaço de torta de nozes e assoviar. Tchau, querido mais um ser humano do planeta. (...) E ele me olhando de longe. 'Ah, se ela tivesse agido assim. Tão normal, tão simpática, tão leve, tão boa companhia. Ao invés daqueles surtos de ciúme, daquelas cobranças por mais intensidade, daquela necessidade em acordar de madrugada com medo da vida, daquela arrogância pra cima de mim e dos meus amigos que não sabiam conversar de livros, filmes, músicas e dor na alma. Se ela tivesse confiado assim no taco dela. E sorrido mais. Se ela tivesse me amado sem amar. Ou como amam as pessoas que conseguem se relacionar'. E eu lá, sendo adorada por ele, justamente porque não o adoro mais. Ô vidinha filha da puta.
Quando dizem que namoro ou casamento ou qualquer relacionamento mais sério pode não-dar-certo, eu discordo. O que definitivamente não dá certo, ao menos para mim, é se apaixonar. Agora, que graça tem fazer qualquer coisa da vida sem estar apaixonada? Ô vidinha filha da puta!
"SRI LANKA, quem sabe? Ela me diz, morena e ferina, e eu respondo por que não? Mas inabalável continua: Você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? uma certa saudade: em Sri Lanka, brincando de Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem "ai como ele era bonzinho" e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras e abacaxis. Quanto a mim, a voz rouca, fico por aqui comparecendo a atos públicos. Mas tentamos tudo. Que foi que aconteceu, eu pensava depois... Você disse, e eu acreditei, pela primeira vez na vida, eu disse, mas não sei se você acreditou. Quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não pára de pensar nisso... mas eu não queria acreditar que fosse isso: éramos diferentes, ai como éramos diferentes, éramos melhores, éramos mais, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos vagamente sagrados... coração, explode junto comigo, depois virava de bruços e chorava no travesseiro... Mas agora tudo bem... Não que fosse amor de menos, você dizia depois, ao contrário, era amor demais, você acreditava mesmo nisso? Não tenho nada contra qualquer coisa que soe a uma tentativa. Peço cigarro e ela me atira o maço na cara, como quem joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive droga de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. Podia ter dado certo entre a gente, ou não. Já li tudo, já tentei macrobiótica, psicanálise, drogas, acupuntura, suicídio, ioga, dança, natação, cooper, astrologia, patins... Sobrou só esse nó no peito, agora o que faço? (...) Faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma, você vai curtir os seus nativos de Sri Lanka depois me manda um cartão-postal contando qualquer coisa como ontem à noite, à beira do rio, deve haver um rio por lá, um rio lodoso, cheio de juncos sombrios, mas ontem na beira do rio, sem planejar nada, de repente, por acaso, encontrei um rapaz de tez azeitonada e olhos oblíquos que. Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim(...) Roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?(...) Mas eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca, me passa o cigarro, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, não estou bêbada nem louca, estou é lúcida pra caramba e sei claramente que não tenho nenhuma saída(...)
Preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma? Passa devagar a tua mão na minha cabeça, no meu coração, eu tive tanto amor um dia, pára e pede, preciso tanto, tanto, tanto, bicho, não me permitiram, então estende os dedos e fica subitamente pequenina apertada contra o peito, perguntando se está mesmo muito feia... Então puxa e vai me empurrando para a porta, pedindo que vá, e expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando (...)"
Preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma? Passa devagar a tua mão na minha cabeça, no meu coração, eu tive tanto amor um dia, pára e pede, preciso tanto, tanto, tanto, bicho, não me permitiram, então estende os dedos e fica subitamente pequenina apertada contra o peito, perguntando se está mesmo muito feia... Então puxa e vai me empurrando para a porta, pedindo que vá, e expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando (...)"
sábado, 29 de maio de 2010
A nossa biografia
Romper - o que quer que seja - não é fácil. E tampouco é um ato solitário. Ao se divorciar de sua mulher, ou marido, você invevitavelmente envolverá os sentimentos dos seus filhos e de seus familiares, pra citar apenas os mais chegados. Sua decisão vai interferir na rotina dos outros. Fará com que eles sofram junto com você. Se desejar largar o emprego, do mesmo modo: não é só você que estará se arriscando ao trocar estabilidade por incerteza. As pessoas que dependem de você também estarão arcando com as consequências dessa sua escolha. Assim é: todos os laços que desejamos cortar, repercutem nas pessoas que amamos, o que torna tudo mais difícil. Se você não é exatamente uma pessoa raçuda, acaba se acomodando e optando pelo mais fácil: rompe com seus próprios sentimentos. Se anula. Faz de conta que sua infelicidade não existe. Abandona suas dores no quarto dos fundos e abre um sorriso pro mundo como se nada de errado estivesse acontecendo. Não dá pra negar que é uma atitude nobre, se a intenção é manter a paz à sua volta, mas escuta: você não conta? Os outros são assim tão fracos que não podem segurar uma onda pesada com você, uma onda que segundo Lulu Santos e Nélson Motta, passa e sempre passará?
Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver. Não adianta se autoproclamar o herói da resistência contra o fracasso. Todo mundo fracassa em alguma coisa. Melhor enfrentar isso como lá pelas tantas fez a eterna Barbarella, que trocou Tom Hayden por Ted Turner.
Isso, claro, no caso de não querermos encerrar nossa biografia antes da hora."
Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver. Não adianta se autoproclamar o herói da resistência contra o fracasso. Todo mundo fracassa em alguma coisa. Melhor enfrentar isso como lá pelas tantas fez a eterna Barbarella, que trocou Tom Hayden por Ted Turner.
Isso, claro, no caso de não querermos encerrar nossa biografia antes da hora."
A carta
"Envio esta carta porque nunca mais quero você na minha frente. E dessa vez falo sério.
Nunca mais quero ouvir a sua voz, mesmo que seja se derramando em desculpas. Nunca mais quero ver a sua cara, nem que seja se debulhando em lágrimas arrependidas. Quero que você suma do meu contato, igual a um vírus ao qual já estou imune.
A verdade é que me enchi. De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia, o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.Fico pensando como chegamos a esse ponto. Como nos permitimos deixar nosso amor acabar nesse estado, vendido e desconfiado. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser. Não quero mais nada que exista no mundo por sua interferência. Não quero mais rastros de você no meu banheiro.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar? O tédio a dois – essa é a minha parte no negócio? Sinceramente, abro mão.
Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.
Bom, era isso. Espero que esta carta consiga levantar você do estado deplorável em que se encontra. Mentira. Não espero nenhum efeito desta carta, em você, porque, aí, veria-me torcendo pela sua morte. Por remorso. E como já disse, e repito, para deixar o mais claro possível, nunca mais quero saber de você.
Se, agora, isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.
Adeus, graças a Deus."
Nunca mais quero ouvir a sua voz, mesmo que seja se derramando em desculpas. Nunca mais quero ver a sua cara, nem que seja se debulhando em lágrimas arrependidas. Quero que você suma do meu contato, igual a um vírus ao qual já estou imune.
A verdade é que me enchi. De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia, o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.Fico pensando como chegamos a esse ponto. Como nos permitimos deixar nosso amor acabar nesse estado, vendido e desconfiado. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser. Não quero mais nada que exista no mundo por sua interferência. Não quero mais rastros de você no meu banheiro.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar? O tédio a dois – essa é a minha parte no negócio? Sinceramente, abro mão.
Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.
Bom, era isso. Espero que esta carta consiga levantar você do estado deplorável em que se encontra. Mentira. Não espero nenhum efeito desta carta, em você, porque, aí, veria-me torcendo pela sua morte. Por remorso. E como já disse, e repito, para deixar o mais claro possível, nunca mais quero saber de você.
Se, agora, isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.
Adeus, graças a Deus."
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