Sempre tive muito medo de putaria. Mas putaria no sentido de esculhambar com o sentimento dos outros, não no sentido de fazer uma suruba, por exemplo. Vou contar mais ou menos como foi o lance comigo. Eu tinha um namorado. Ele me deu um pé na bunda fenomenal depois de alguns meses de namoro. Nunca o esqueci, mas ele me esqueceu muito fácil, apesar de não comer ninguém mais na época (Ninguém o queria. Nem dar pra ele, nem gostar dele, só eu). Enfim.. O cara era, é e sempre será um loser de primeira linha, mas isso é outra história. A coisa foi que, mesmo quando todas as gurias que ele gostava o desprezavam sem remorso nenhum, eu continuei a dar pra ele e a gostar dele. Eu era uma mulher apaixonada, e mulher é um bicho otário mesmo né? Impressionante. E ele, que não é besta nem nada, “se aproveitou” por assim dizer. O “se aproveitou” vai em aspas por que, querendo ou não, de certa forma, eu também me aproveitei ora pois, por que não?
De qualquer forma, não estávamos namorando mesmo, e nesse meio tempo (que ele não comia ninguém a não ser eu), eu fiquei e dei pra outros caras (um amigo dele incluso). Vários outros caras. Se ele sabia disso ou não, não me importo, mesmo por que, ele não gostava de mim mesmo, então ele não deveria se importar. Homem não se importa com mulher que dá pra geral, quando ele não gosta dela. De qualquer forma, não conseguia esquecê-lo, mas eu não sou de ferro cara… Eu era jovem e curiosa, tava na flor da idade, enfim… Eu precisava aproveitar. E eu aproveitei geral. O lance foi que mesmo aproveitando tudo, eu nunca esqueci esse cara. E ele se tornou “o amor da minha vida” (o que hoje acho cafonééérrimo, so last week..). Ok. E eu falava isso pra todo mundo, que o amava e que ele era o amor da minha vida. Até pra minha irmã menor..
Vamos direto ao ponto então? Vamos.
A minha irmã menor, diferente de mim que sou gorda e inteligente, é gostosa e burra.
Definindo claramente, ela é tão burra quanto eu sou gorda. Pronto. Tá definido.
A diferença agora é que eu estou emagrecendo e ela,… Bem, ela continua burra.
E ela sabia desse meu amor todo por esse cara. E ainda assim, na maior cara de pau, me dizia que pegaria ele, que achava ele “bonitinho” (palavra dela), que ele era legal e querido, etc e tal. Sem cerimônia nenhuma. Sem medo de me deixar puta ou triste. Mas pelo menos, diferente de uma amiga da onça filha da puta que tive (que pegou meu ex, mesmo sabendo que eu gostava dele, sem me falar nada), minha irmãzinha tinha a dignidade, a integridade e a destreza de dizer isso na minha cara. Mesmo eu sempre tendo jogo aberto com ela. Por isso (e apenas por isso), querendo ou não, eu sempre respeitei muito a minha irmã, apesar dela ser uma desgraçada. A ingenuidade e o jeito dela, faziam ela seguir um caminho não bom, mas justo. Ela não engana ninguém, ela não manipula, não sabe mentir, esconder: ela é franca. De verdade. Fazer o quê?
É óbvio que eu nunca gostava quando ela falava que pegaria o cara que eu amava. Mas o que eu poderia fazer? Bater nela? Escrotizar geral? Nada. Eu não podia fazer nada. Ela, obviamente, sempre teve vantagem por ser gostosa. Pode não ser bonita, mas é gostosa. A diferença é que ela não gostava dele como eu. Às vezes, pela forma que ela falava, parecia que ela só o pegaria pra passar o tempo, ou ainda, acredito, pra passar por cima de mim e provar que “podia”, tipo “Eu sou gostosa e você não”, “Catei teu ex… E agora? Vai fazer o quê com essa tua inteligência toda?”. Ela não ficaria e nem daria pra ele por que gosta dele, mas só pra brincar com ele. Faria isso “de zoeira”, coisinha a toa. Cara… Uma coisa é certa nessa vida: mulher é tudo filha da puta. Elas são inerentemente filhas da puta. Todas. São umas biscates, vadias, filhas da puta mesmo. Eu sei disso: eu sou mulher. E mesmo assim, não tenho medo nem vergonha de assumir minha misoginia. Eu odeio as mulheres (às vezes). Odeio feminismo, odeio feministas (sempre). Odeio muito tudo isso.
Mas ao contrário das mulheres NORMAIS (sim, normais), eu sempre relutei em ser filha da puta. Na verdade, nunca ninguém gostou de mim o suficiente pra que eu pudesse ser desgraçada. E eu também nunca fui gostosa o suficiente pra poder me dar ao luxo de ser desgraçada. Porém… As coisas estão mudando..
Há algum tempo eu venho reconsiderando algumas coisas. Estou cansada de ser feita de otária por todo mundo que passa pelo meu caminho. Não só ser feita de otária, mas desrespeitada, desprezada e tudo o mais. Por todo mundo: namorados, casos, irmã, família, todo mundo. Sempre me orgulhei do meu senso de justiça, de ser correta e de nunca ter passado a perna em ninguém. Nunca fui filha da puta “por que sim”. Melhor colocando, nunca tive esse prazer. Sim, pras mulheres é prazeroso ver um cara (ou qualquer outra pessoa) se descabelando e enlouquecendo por elas, sádicas filhas da puta, todas gostam disso. Elas não gostam de homens, elas gostam é da sensação de poder que tem sobre eles… É bem diferente. Não acho isso certo, não acho nem mesmo bonito. Mas faz parte da natureza das mulheres, eu não posso negar isso.
De qualquer forma, minha irmã menor, também é mulher e também, querendo ou não, tem sentimentos. E, há muito tempo atrás, antes de ela começar a namorar o atual namorado dela, ela me falou de um cara por quem ela sempre foi apaixonada e sempre quis namorar. O cara, claro, muito esperto, não quis namorar ela por que ela era burra. Mas catou ela. E ela ficou apaixonadinha por ele, e só falava nele pra mim e eu aturava numa boa. Suspeito que ela ainda pense nele. Conheço o cara de vista e troco “olás” com ele, vez e outra. Não nos comunicamos quase, mas eu o tenho em algumas redes sociais virtuais por aí. De algum tempo pra cá, ele até que tem me dado um pouco mais de atenção. Acho estranho. Não imagino o porquê. Não quero imaginar. O cara não faz meu tipo, nem em um milhão de anos. Ele não tem absolutamente NADA a ver comigo.. Não tem nada que eu gosto. Não o acho nem mesmo bonito…
(Pausa pra pensar um pouco…)
Ok.. Ele é bonitinho sim…
Ok. Eu pegaria ele, se eu ficasse muito gostosa e se ele quisesse, claro. Just for the fun of it. Apenas com o único objetivo claro e óbvio de deixar a minha irmã muito puta da cara, ou no mínimo, sentida. Pra ela me odiar e ficar sem falar comigo por meses a fio..
Ok. Agora eu entendo por que as mulheres são filhas da puta. Só a sensação que esses pensamentos provocam, supera qualquer tipo de orgasmo, imagina o ato em si… Deve ser um lance transcendental.
A partir de hoje, apenas idéias diabólicas entranharão pelos meus pensamentos. Não serei mais boazinha. Não terei mais dó, nem misericórdia. Não terei medo de fazer putaria com o sentimentos dos outros (sou mulher mesmo, vou me ater e fazer jus a minha condição). As coisas não são tão difíceis quanto a gente pensa, nesse sentido. Elas só precisam ser esquematizadas. Pelo menos nisso, tudo tem uma lógica que é muito clara pra mim. E me faz pensar, repetidamente, esquizofrenicamente “Por que não? Por que não? Por que não?”. “Não tenha dó, não tenha misericórdia, seja escrota, seja filha da puta, todas mulheres são, todas foram com você, e você não é diferente… Assuma isso! Não negue a sua natureza, não negue quem você é!”, dizem as vozes na minha cabeça.
Mas ainda não chegou a minha hora. Eu tô segurando a minha onda.
Mas um dia, ela vai quebrar. E aí sim eu vou querer ver…
É transcendental imaginar a minha irmã fazendo cara de desprezo, mas se corroendo inteira por dentro.
Eu sou uma filha da puta sádica mesmo… Assumo.
Prontofalei.
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