segunda-feira, 24 de maio de 2010

As coisas tão bem, sim. Mas a rua ainda ta com aqueles buracos de sempre que semana passada furou o pneu do meu – nosso – carro. Não, não, claro que eu não esqueci de estudar pro concurso do final do ano. O cachorro ta bem, eu só acho que ele ta com saudade de você, mas que besteira, ele vai sobreviver. Ontem ele fez xixi na sua poltrona, é, minha poltrona, você tem razão. Mas é que ela ainda tem o seu cheiro, aparenta ser tão sua – como eu – é que as vezes esqueço que você não ta mais aqui. Que bobeira a minha. Sim, sim, é claro que eu tenho certeza que ta tudo ótimo. Eu? Sozinha? Não, meu pai vem sempre aqui me falar umas coisas. Minhas amigas também, e amigos. Não me leve a mal. Claro que não faço nada aqui, na nossa sala, no nosso quarto. Claro que não, eu juro. Eu sei, não é mais nosso, é meu, você já tem a sua própria sala e seu próprio quarto – e com certeza não vive só – não precisa me lembrar, já sei. As coisas vão bem, já disse. Bom, tirando toda a tua ausência tão presente em mim, na nossa casa, e na minha vida que ainda é sua e vai ser por um bom tempo, tirando todas as noites que eu não durmo esperando você chegar do trabalho, e nunca chega. Tirando o seu cachorro daqui também, porque na verdade eu nem gosto tanto dele como eu disse que gostava, é que você gostava mais do que eu, e isso é só mais uma coisa que me faz lembrar você. Fora todo esse caos que eu vivo ta tudo muito bem, obrigada.

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