Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris.
Talvez, ele volte. Ou não.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
"Não deixe quebrar, não deixe romper, não deixe virar grafite envelhecido e esquecido como qualquer contrato sem alma. Corra e cole os pedaços, corra e segure meus pés no chão porque eu estou quase voando, ou me faça voar novamente com você. Por favor, não espere o sanduíche ou a festa do ano, e a minha cara assustada perdida na sua ausência.
Venha logo, traga de volta a minha certeza, não deixe, por favor, não deixe. Traga um agasalho para esquentar a minha falta de amor e ganhe em troca um ingresso para a minha fidelidade.
Não espere o horário do trânsito livre, não espere ouvir o que você não quer, não espere a vida dar merda para colocar a culpa na vida.
Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros.
Outro dia ouvi a música do Jorge Vercilo e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.
Eu preciso de força, eu preciso de ajuda, eu preciso que você me lembre de que eu não preciso de mais nada, que mais nada é tão perfeito e que podemos ser um casal imbatível.
Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto.
Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego.
Tudo o que eu quero, quando ela me olha sem pressa e sorri nervosa sem saber porque a gente procura se perder. Eu ainda preciso que você me ache bonita, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo.
Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo.
Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final."
*
Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé — não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre(...)Volta a pergunta maldita: terei realmente escolhido certo? E o que é o “certo”? Digo que todo caminho é caminho, porque nenhum caminho é caminho.
Venha logo, traga de volta a minha certeza, não deixe, por favor, não deixe. Traga um agasalho para esquentar a minha falta de amor e ganhe em troca um ingresso para a minha fidelidade.
Não espere o horário do trânsito livre, não espere ouvir o que você não quer, não espere a vida dar merda para colocar a culpa na vida.
Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros.
Outro dia ouvi a música do Jorge Vercilo e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.
Eu preciso de força, eu preciso de ajuda, eu preciso que você me lembre de que eu não preciso de mais nada, que mais nada é tão perfeito e que podemos ser um casal imbatível.
Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto.
Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego.
Tudo o que eu quero, quando ela me olha sem pressa e sorri nervosa sem saber porque a gente procura se perder. Eu ainda preciso que você me ache bonita, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo.
Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo.
Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final."
*
Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé — não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre(...)Volta a pergunta maldita: terei realmente escolhido certo? E o que é o “certo”? Digo que todo caminho é caminho, porque nenhum caminho é caminho.
"Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa?
(Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.)."
*
"Então, ela disse: - Você quer alguém pra sonhar. Você não quer alguém pra viver."
(Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.)."
*
"Então, ela disse: - Você quer alguém pra sonhar. Você não quer alguém pra viver."
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
"7ª palavra de mais difícil tradução do mundo"
Saudade faz o tempo parar. E não há distração que o faça passar. Saudade é vazio, é casa ecoando depois que todo mundo vai embora. Saudade é parecer que o mundo vai acabar. É ser dramático aos montes, despertar a novela mexicana que existe aí dentro. É comer a caixa de chocolates sozinho. É mandar todo mundo pra puta que pariu, achar qualquer musiquinha pop de rádio uma poesia ímpar, é ter vontade de ter um filho com qualquer otário que passe na rua. Saudade é foda.
Saudade é saudade. Sei lá, saudade. Saudade, sei lá.
"Saudade" nem existe no inglês. Diz-se: I miss you. Mas sentir falta é diferente. Sentir falta é mais controlado. Com a saudade, o buraco é mais embaixo.
Saudade é confundir o nome das pessoas, esquecer de desligar o forno, rolar de um lado pro outro na cama, ver a mesma pessoa no rosto de todos na rua. Saudade te tira do ar. Te liga no horário político: falando, falando, falando e não dizendo nada. Um zumbidinho lá no fundo da sala. Um incômodo persistente.
Saudade é o esperar eterno por algo que não volta. Ou volta. No segundo caso, é mais feliz. E aí então te faz preparar toda a casa pra quando essa saudadezinha filha da mãe finalmente for embora. Te faz jogar perfume pelos cantos, te faz até querer ser uma pessoa melhor. Coisa que você não é.
E quando a saudade acabar, você vai sentir saudade de sentir toda essa saudade.
Saudade é saudade. É a 7ª palavra de mais difícil tradução do mundo, e te faz perceber o quanto você gosta mais do estar perto do que o estar longe. Ou 1ª, sei lá.
Saudade é saudade. Sei lá, saudade. Saudade, sei lá.
"Saudade" nem existe no inglês. Diz-se: I miss you. Mas sentir falta é diferente. Sentir falta é mais controlado. Com a saudade, o buraco é mais embaixo.
Saudade é confundir o nome das pessoas, esquecer de desligar o forno, rolar de um lado pro outro na cama, ver a mesma pessoa no rosto de todos na rua. Saudade te tira do ar. Te liga no horário político: falando, falando, falando e não dizendo nada. Um zumbidinho lá no fundo da sala. Um incômodo persistente.
Saudade é o esperar eterno por algo que não volta. Ou volta. No segundo caso, é mais feliz. E aí então te faz preparar toda a casa pra quando essa saudadezinha filha da mãe finalmente for embora. Te faz jogar perfume pelos cantos, te faz até querer ser uma pessoa melhor. Coisa que você não é.
E quando a saudade acabar, você vai sentir saudade de sentir toda essa saudade.
Saudade é saudade. É a 7ª palavra de mais difícil tradução do mundo, e te faz perceber o quanto você gosta mais do estar perto do que o estar longe. Ou 1ª, sei lá.
Deixa pra ser triste aos 40.
Iludida, eu não diria. Ingênua também não. Idiota, talvez...
Madura. É assim. Madura.
Tenho aprendido a ser feliz com minhas limitações. Inconstâncias - que não são poucas. Vejo felicidade, agora, não em "bastar à outra pessoa". Muito menos em procurar quem me basta. Hoje vejo felicidade - essa palavrinha de livros de auto ajuda - muito mais no caminho do que na chegada. Ela exige liberdade - essa palavrinha de músicas de rock. E, liberdade, exige responsabilidade - essa palavrinha de comerciais de camisinha.
Madura. É isso. Madura.
Triste não é antônimo de felicidade. Felicidade não tem sinônimo. É só você. Sozinho.
Solidão que nada... Maturidade.
O sossego da minha mente não necessita o sossego dos meus pulmões. Quero falta de ar, sim, encantamento. Mas não mais deposito minhas desovas em outros.
Sabe lá o que a vida me reserva, mas tenho absoluta certeza de que quero descobrir...
Por si, só.
reticências, reticências, reticências...
Madura. É assim. Madura.
Tenho aprendido a ser feliz com minhas limitações. Inconstâncias - que não são poucas. Vejo felicidade, agora, não em "bastar à outra pessoa". Muito menos em procurar quem me basta. Hoje vejo felicidade - essa palavrinha de livros de auto ajuda - muito mais no caminho do que na chegada. Ela exige liberdade - essa palavrinha de músicas de rock. E, liberdade, exige responsabilidade - essa palavrinha de comerciais de camisinha.
Madura. É isso. Madura.
Triste não é antônimo de felicidade. Felicidade não tem sinônimo. É só você. Sozinho.
Solidão que nada... Maturidade.
O sossego da minha mente não necessita o sossego dos meus pulmões. Quero falta de ar, sim, encantamento. Mas não mais deposito minhas desovas em outros.
Sabe lá o que a vida me reserva, mas tenho absoluta certeza de que quero descobrir...
Por si, só.
reticências, reticências, reticências...
Desatino. sem vírgulas. nem escrúpulos.
Você me deixa confusa. Só pra dizer que... você me deixa confusa.
só pra dizer que as noites aqui sem você são um tipo de martírio desses que a gente nunca pensa que vai ter que passar mas quando nos damos conta já estamos dentro de toda essa paranóia e neurose que é viver esperando por alguém que não chega e que não acalma esse gritar enorme que tenho aqui dentro do peito.
só pra dizer que você é chato e que você é feio e você é daquele tipo de pessoa que a gente tem que estar lembrando todo o tempo o quanto o mundo é bom e o quanto o mundo é ruim. senão você se ilude com qualquer pessoa e um segundo depois você já nem quer mais olhar na cara assim como você faz comigo e mesmo assim eu insisto em dizer que vim aqui só pra dizer que.
só pra dizer que você é bobo. só pra dizer que você não é nada que eu sonhei e que você é magro e que você é antiquado e ainda por cima não se acha careta. você é careta.
só pra dizer que ontem eu saí e fui lá fora e não vi dois sóis e bebi e caí num passo meio porre meio não-programado que eu dei. só pra dizer que ontem eu dancei me esfregando em todo mundo bem do jeito que você não gosta e daí então me chama de inconsequente e diz que eu só posso mesmo ter vindo de outro planeta. aliás, odeio quando você me olha com esses olhos que me acham tão masculina e que mesmo assim ainda conseguem enxergar alguma pureza que nunca será admitida pra mim. só pra dizer que você nunca admite nada pra mim. só pra dizer que nenhum beijo tem tanta graça quanto o teu meio desesperado meio afobado meio bonito que me faz lembrar as tardes que eu aprendia a andar de bicicleta na praia com meu pai.
só pra dizer que eu não penso mais em você.
só pra dizer que eu quero não pensar mais em você e repito isso pra mim 100 vezes ao dia e depois percebo o quanto penso tanto mais em você só em já não querer pensar.
só pra dizer que: vem pra mim.
só pra dizer que: apaga a luz do quarto quando entrar.
só pra dizer: não precisa dizer nada desses meus devaneios. mas. fica comigo. pra sempre.
só pra dizer que as noites aqui sem você são um tipo de martírio desses que a gente nunca pensa que vai ter que passar mas quando nos damos conta já estamos dentro de toda essa paranóia e neurose que é viver esperando por alguém que não chega e que não acalma esse gritar enorme que tenho aqui dentro do peito.
só pra dizer que você é chato e que você é feio e você é daquele tipo de pessoa que a gente tem que estar lembrando todo o tempo o quanto o mundo é bom e o quanto o mundo é ruim. senão você se ilude com qualquer pessoa e um segundo depois você já nem quer mais olhar na cara assim como você faz comigo e mesmo assim eu insisto em dizer que vim aqui só pra dizer que.
só pra dizer que você é bobo. só pra dizer que você não é nada que eu sonhei e que você é magro e que você é antiquado e ainda por cima não se acha careta. você é careta.
só pra dizer que ontem eu saí e fui lá fora e não vi dois sóis e bebi e caí num passo meio porre meio não-programado que eu dei. só pra dizer que ontem eu dancei me esfregando em todo mundo bem do jeito que você não gosta e daí então me chama de inconsequente e diz que eu só posso mesmo ter vindo de outro planeta. aliás, odeio quando você me olha com esses olhos que me acham tão masculina e que mesmo assim ainda conseguem enxergar alguma pureza que nunca será admitida pra mim. só pra dizer que você nunca admite nada pra mim. só pra dizer que nenhum beijo tem tanta graça quanto o teu meio desesperado meio afobado meio bonito que me faz lembrar as tardes que eu aprendia a andar de bicicleta na praia com meu pai.
só pra dizer que eu não penso mais em você.
só pra dizer que eu quero não pensar mais em você e repito isso pra mim 100 vezes ao dia e depois percebo o quanto penso tanto mais em você só em já não querer pensar.
só pra dizer que: vem pra mim.
só pra dizer que: apaga a luz do quarto quando entrar.
só pra dizer: não precisa dizer nada desses meus devaneios. mas. fica comigo. pra sempre.
Por favor, não deixe a chuva passar. Continue aqui, menino. Não aguarda esses pingos se esgotarem para ir embora. Espera o dia terminar.
Sabe o que é, menino? Fica mais um pouco. Conta de novo essas tuas piadas e dá de novo essa tua gargalhada triste, envergonhada, solitária. Diz mais uma vez que não sabe como ficar nem sabe como ir. Fala um pouquinho mais sobre a tua família.
Eu tô com vontade, menino. De você.
Não me importo de ouvir tuas baboseiras, assim, tão delicadas. Me chama mais uma vez pelo meu nome. Olha assim de novo pro céu, meio de lado, meio perfil, meio perdido. Só mais um pouco. Não importa se já é tarde. Deixa eu sustentar meu vício.
Faltam dez pras 6. Você já quer ir embora? Deixa a chuva passar completamente... ainda tá caindo pinguinhos.
Espera, menino, ainda não vá...
Espera aí.
Pera aí.
Pera.
Pe... Adeus.
Sabe o que é, menino? Fica mais um pouco. Conta de novo essas tuas piadas e dá de novo essa tua gargalhada triste, envergonhada, solitária. Diz mais uma vez que não sabe como ficar nem sabe como ir. Fala um pouquinho mais sobre a tua família.
Eu tô com vontade, menino. De você.
Não me importo de ouvir tuas baboseiras, assim, tão delicadas. Me chama mais uma vez pelo meu nome. Olha assim de novo pro céu, meio de lado, meio perfil, meio perdido. Só mais um pouco. Não importa se já é tarde. Deixa eu sustentar meu vício.
Faltam dez pras 6. Você já quer ir embora? Deixa a chuva passar completamente... ainda tá caindo pinguinhos.
Espera, menino, ainda não vá...
Espera aí.
Pera aí.
Pera.
Pe... Adeus.
Sobre separações necessárias. Nitidamente necessárias...
Eu era ruim com você. De verdade, eu era ruim com você. Eu não sabia controlar toda essa minha vontade de ser superior à humanidade e de mostrar minha voz, de gritar bem alto tudo o que eu quero falar. Eu não sabia resignar meus impulsos e te agredia toda vez que me sentia ameaçada por você. Porque você realmente ameaça. Esses olhinhos de criança e esses pelinhos tímidos que ensaiam um dia ser uma barba desarmam qualquer uma. Qualquer um.
Eu era ruim com você, porque eu não sabia onde colocar minhas mãos e onde colocar minhas pernas quando, de vez em quando, elas se perdiam por entre as suas. Eu era ruim porque eu tentava ser o melhor. E eu era chorona, e eu era boba, e eu era chata ao tentar arranjar ouvidos atentos às minhas ladainhas, alguém que escutasse pelo amor de Deus o que tanto eu tenho a falar sobre você. Eu era ruim porque você me tornava. Melodramática, mexicana, maniqueísta.
Eu vou sentir sua falta mas vou estar bem melhor sem você. E direi, de longe, assim, com os olhos e com o pensamento, tudo de bom que você significou na minha vida. Nunca com palavras. Te direi o quanto fui feliz por ter descoberto meio tímida alguns traços lindos dessa tua timidez. Te direi que fui feliz por ter sentido um clímax. Orgasmo de palavras, de gestos carregados de significados, de olhares confusos. E te direi, acima de tudo, que te amo e que vou te amar por tudo o que me fizeste descobrir em mim. Por tudo o que me fizeste ser ruim. Amavelmente ruim. Lirica e docemente ruim...
Vai e leva embora estas partezinhas que não foram. Que não chegaram a ser. Deixa só o pouquinho que fomos nós.
Só se muda com amor. Só se evolui por amor. Só se finda e se reinicia... repleto de amor. Como diz a própria palavra: Met(amor)fose.
Aguenta-te e cuidado com as pedras no caminho...
Eu era ruim com você. De verdade, eu era ruim com você. Eu não sabia controlar toda essa minha vontade de ser superior à humanidade e de mostrar minha voz, de gritar bem alto tudo o que eu quero falar. Eu não sabia resignar meus impulsos e te agredia toda vez que me sentia ameaçada por você. Porque você realmente ameaça. Esses olhinhos de criança e esses pelinhos tímidos que ensaiam um dia ser uma barba desarmam qualquer uma. Qualquer um.
Eu era ruim com você, porque eu não sabia onde colocar minhas mãos e onde colocar minhas pernas quando, de vez em quando, elas se perdiam por entre as suas. Eu era ruim porque eu tentava ser o melhor. E eu era chorona, e eu era boba, e eu era chata ao tentar arranjar ouvidos atentos às minhas ladainhas, alguém que escutasse pelo amor de Deus o que tanto eu tenho a falar sobre você. Eu era ruim porque você me tornava. Melodramática, mexicana, maniqueísta.
Eu vou sentir sua falta mas vou estar bem melhor sem você. E direi, de longe, assim, com os olhos e com o pensamento, tudo de bom que você significou na minha vida. Nunca com palavras. Te direi o quanto fui feliz por ter descoberto meio tímida alguns traços lindos dessa tua timidez. Te direi que fui feliz por ter sentido um clímax. Orgasmo de palavras, de gestos carregados de significados, de olhares confusos. E te direi, acima de tudo, que te amo e que vou te amar por tudo o que me fizeste descobrir em mim. Por tudo o que me fizeste ser ruim. Amavelmente ruim. Lirica e docemente ruim...
Vai e leva embora estas partezinhas que não foram. Que não chegaram a ser. Deixa só o pouquinho que fomos nós.
Só se muda com amor. Só se evolui por amor. Só se finda e se reinicia... repleto de amor. Como diz a própria palavra: Met(amor)fose.
Aguenta-te e cuidado com as pedras no caminho...
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Comecei a pensar em todos os caras, todos os perdidos. não deram certo, nunca foram certos. assim como a natureza humana. eu sempre tive a mania de me relacionar com gente como a gente - é assim que falam, não é? não sei, não sei. Já perdi a conta de quantas vezes atirei no meu próprio pé. esses caras - sempre achando que o roque é o salva-vidas.
****
"Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada."
****
"Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada."
Assinar:
Postagens (Atom)