terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor... Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro... Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vem cá. Me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum. Você pode me ouvir? É pra você, seu besta! É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça. Será que você me entende? Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo. Não! Eu escrevo porque eu sou uma maluca. Minha vida é real demais. Um filme B pra ser mais exata. E eu não acho graça em amores sem final feliz. Por isso, invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. (Acredita?). Mas hoje eu estou cansada. Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra. Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você. Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. Não me diga nada. (Ou me diga tudo). Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi. Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis. (Sabia?) Mas meu coração está rouco agora. GRAVE! Você percebe? Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo. Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade. O problema não é esse. Eu não me contento com pouco. (Não mais). Eu tenho muito dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca. Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ele é um super-homem quando a gente precisa e uma criancinha fofa quando a gente também precisa. Meu Deus, agora faço o maior dos esforços do ano: por que deixei de gostar desse cara? Chocolatinhos, vinho, som ambiente, escurinhos. Ele pára o mundo todo, se ajoelha no sofá deixando as mãos no meu colo: “Você não sabe a saudade que eu senti todo esse tempo.” Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros, as mulheres lindas nas capas das revistas são empilhadas descartavelmente e viram nada, a poluição vira oxigênio puro e cor-de-rosa, o outro homem que é dono sem merecer do meu corpo magoado explode no ar deixando apenas estrelas para iluminar meu recomeço, as dúvidas todas do que fazer pelos próximos mil anos se simplificam porque eu só desejo viver aquele momento, sim, sim, sim, eu quero zerar tudo de antes e de depois e amar esse homem agora, como antes, como nunca. Por que não?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

*Apesar das semelhanças somos diferentes, apesar das diferenças somos iguais. Apesar de tudo, optamos por sermos cúmplices
"Mulher é assim, você não sabe nada porque é freudiano demais, e Freud não entendia picas de mulher. As mulheres têm um negócio chamado "melhor amiga" que é quase como um casamento. É tão parecido com um casamento que não tem sexo. Melhores amigas vivem grudadas. Melhores amigas ficam nuas uma na frente da outra, e nenhuma delas fica olhando pra xoxota da outra, pensando "hum, que xoxotinha deliciosa, preciso comer". Isso é fantasia dos homens. Melhores amigas se beijam, se abraçam, sem que isso signifique nada além de afeto, amizade. A minha melhor amiga é diferente de todas as pessoas que eu já conheci. Confesso que ela não é perfeita, porque ninguém é. Mas é essa imperfeição que nos aproxima.

Você sempre viveu sem ele, e continuará vivendo. Me poupe do drama."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

freqüente nostalgia

"Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo – é difícil de acreditar, eu sei – vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. “É melhor viver do que ser feliz”. Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói,ai,eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."


Se só resta o precipício, tá na hora de aprender a voar
"Mas, quer saber? Cansei de música alta. Prefiro quando você fala baixo no meu ouvido. Prefiro ficar vendo os aviões brancos dando rasantes sobre nossos corpos tintos. Prefiro você suave. Prefiro o silencio dos seus olhos me dizendo que me ama. Prefiro seu violão de madrugada. Prefiro você dedilhando. Prefiro quando você se perde nas notas. Prefiro sua música, seu tom.

Por você, eu dei uma nova chance a mim mesma. Eu dei minha cara a tapa. Por você, eu voltei a acreditar no amor adolescente e a ter calafrios na espinha. Por você, parei de ler seus textos e comecei a ter ciúme. Por você, posso largar a música eletrônica e aprender a gostar de jazz. Por você, eu largo os vinhos baratos, os xampus caros e as roupas curtas. Porque quando você está dentro, não existe mais nada lá fora. O mundo acaba aqui, na gente. Porque você me faz tão sua. Porque você me faz tão eu."

"Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras
e desfaça os nós que lhe prendem àquelas que foram significativas na sua vida
mas infelizmente, por vontade própria, deixaram de ser. Nó aperta, laço enfeita…"

"Pra você eu faço tudo e um pouco mais... ;) ♪"

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris.
Talvez, ele volte. Ou não.
Achei que seria ótimo, sabe? Ficar algum tempo sozinha, com meus pensamentos... acontece que eu não tenho tantos pensamentos assim.


*


Eu me enganei tanto com o ser humano que ando com preguiça de me entregar.
"Não deixe quebrar, não deixe romper, não deixe virar grafite envelhecido e esquecido como qualquer contrato sem alma. Corra e cole os pedaços, corra e segure meus pés no chão porque eu estou quase voando, ou me faça voar novamente com você. Por favor, não espere o sanduíche ou a festa do ano, e a minha cara assustada perdida na sua ausência.
Venha logo, traga de volta a minha certeza, não deixe, por favor, não deixe. Traga um agasalho para esquentar a minha falta de amor e ganhe em troca um ingresso para a minha fidelidade.
Não espere o horário do trânsito livre, não espere ouvir o que você não quer, não espere a vida dar merda para colocar a culpa na vida.
Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros.
Outro dia ouvi a música do Jorge Vercilo e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.
Eu preciso de força, eu preciso de ajuda, eu preciso que você me lembre de que eu não preciso de mais nada, que mais nada é tão perfeito e que podemos ser um casal imbatível.
Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto.
Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego.
Tudo o que eu quero, quando ela me olha sem pressa e sorri nervosa sem saber porque a gente procura se perder. Eu ainda preciso que você me ache bonita, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo.
Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo.
Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final."



*




Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé — não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre(...)Volta a pergunta maldita: terei realmente escolhido certo? E o que é o “certo”? Digo que todo caminho é caminho, porque nenhum caminho é caminho.
"Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa?
(Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.)."



*

"Então, ela disse: - Você quer alguém pra sonhar. Você não quer alguém pra viver."

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"7ª palavra de mais difícil tradução do mundo"

Saudade faz o tempo parar. E não há distração que o faça passar. Saudade é vazio, é casa ecoando depois que todo mundo vai embora. Saudade é parecer que o mundo vai acabar. É ser dramático aos montes, despertar a novela mexicana que existe aí dentro. É comer a caixa de chocolates sozinho. É mandar todo mundo pra puta que pariu, achar qualquer musiquinha pop de rádio uma poesia ímpar, é ter vontade de ter um filho com qualquer otário que passe na rua. Saudade é foda.
Saudade é saudade. Sei lá, saudade. Saudade, sei lá.
"Saudade" nem existe no inglês. Diz-se: I miss you. Mas sentir falta é diferente. Sentir falta é mais controlado. Com a saudade, o buraco é mais embaixo.
Saudade é confundir o nome das pessoas, esquecer de desligar o forno, rolar de um lado pro outro na cama, ver a mesma pessoa no rosto de todos na rua. Saudade te tira do ar. Te liga no horário político: falando, falando, falando e não dizendo nada. Um zumbidinho lá no fundo da sala. Um incômodo persistente.
Saudade é o esperar eterno por algo que não volta. Ou volta. No segundo caso, é mais feliz. E aí então te faz preparar toda a casa pra quando essa saudadezinha filha da mãe finalmente for embora. Te faz jogar perfume pelos cantos, te faz até querer ser uma pessoa melhor. Coisa que você não é.
E quando a saudade acabar, você vai sentir saudade de sentir toda essa saudade.
Saudade é saudade. É a 7ª palavra de mais difícil tradução do mundo, e te faz perceber o quanto você gosta mais do estar perto do que o estar longe. Ou 1ª, sei lá.

Deixa pra ser triste aos 40.

Iludida, eu não diria. Ingênua também não. Idiota, talvez...
Madura. É assim. Madura.
Tenho aprendido a ser feliz com minhas limitações. Inconstâncias - que não são poucas. Vejo felicidade, agora, não em "bastar à outra pessoa". Muito menos em procurar quem me basta. Hoje vejo felicidade - essa palavrinha de livros de auto ajuda - muito mais no caminho do que na chegada. Ela exige liberdade - essa palavrinha de músicas de rock. E, liberdade, exige responsabilidade - essa palavrinha de comerciais de camisinha.
Madura. É isso. Madura.
Triste não é antônimo de felicidade. Felicidade não tem sinônimo. É só você. Sozinho.
Solidão que nada... Maturidade.
O sossego da minha mente não necessita o sossego dos meus pulmões. Quero falta de ar, sim, encantamento. Mas não mais deposito minhas desovas em outros.

Sabe lá o que a vida me reserva, mas tenho absoluta certeza de que quero descobrir...
Por si, só.

reticências, reticências, reticências...

Desatino. sem vírgulas. nem escrúpulos.

Você me deixa confusa. Só pra dizer que... você me deixa confusa.
só pra dizer que as noites aqui sem você são um tipo de martírio desses que a gente nunca pensa que vai ter que passar mas quando nos damos conta já estamos dentro de toda essa paranóia e neurose que é viver esperando por alguém que não chega e que não acalma esse gritar enorme que tenho aqui dentro do peito.
só pra dizer que você é chato e que você é feio e você é daquele tipo de pessoa que a gente tem que estar lembrando todo o tempo o quanto o mundo é bom e o quanto o mundo é ruim. senão você se ilude com qualquer pessoa e um segundo depois você já nem quer mais olhar na cara assim como você faz comigo e mesmo assim eu insisto em dizer que vim aqui só pra dizer que.
só pra dizer que você é bobo. só pra dizer que você não é nada que eu sonhei e que você é magro e que você é antiquado e ainda por cima não se acha careta. você é careta.
só pra dizer que ontem eu saí e fui lá fora e não vi dois sóis e bebi e caí num passo meio porre meio não-programado que eu dei. só pra dizer que ontem eu dancei me esfregando em todo mundo bem do jeito que você não gosta e daí então me chama de inconsequente e diz que eu só posso mesmo ter vindo de outro planeta. aliás, odeio quando você me olha com esses olhos que me acham tão masculina e que mesmo assim ainda conseguem enxergar alguma pureza que nunca será admitida pra mim. só pra dizer que você nunca admite nada pra mim. só pra dizer que nenhum beijo tem tanta graça quanto o teu meio desesperado meio afobado meio bonito que me faz lembrar as tardes que eu aprendia a andar de bicicleta na praia com meu pai.
só pra dizer que eu não penso mais em você.
só pra dizer que eu quero não pensar mais em você e repito isso pra mim 100 vezes ao dia e depois percebo o quanto penso tanto mais em você só em já não querer pensar.
só pra dizer que: vem pra mim.
só pra dizer que: apaga a luz do quarto quando entrar.
só pra dizer: não precisa dizer nada desses meus devaneios. mas. fica comigo. pra sempre.
Por favor, não deixe a chuva passar. Continue aqui, menino. Não aguarda esses pingos se esgotarem para ir embora. Espera o dia terminar.
Sabe o que é, menino? Fica mais um pouco. Conta de novo essas tuas piadas e dá de novo essa tua gargalhada triste, envergonhada, solitária. Diz mais uma vez que não sabe como ficar nem sabe como ir. Fala um pouquinho mais sobre a tua família.
Eu tô com vontade, menino. De você.
Não me importo de ouvir tuas baboseiras, assim, tão delicadas. Me chama mais uma vez pelo meu nome. Olha assim de novo pro céu, meio de lado, meio perfil, meio perdido. Só mais um pouco. Não importa se já é tarde. Deixa eu sustentar meu vício.
Faltam dez pras 6. Você já quer ir embora? Deixa a chuva passar completamente... ainda tá caindo pinguinhos.
Espera, menino, ainda não vá...
Espera aí.
Pera aí.
Pera.
Pe... Adeus.
Sobre separações necessárias. Nitidamente necessárias...



Eu era ruim com você. De verdade, eu era ruim com você. Eu não sabia controlar toda essa minha vontade de ser superior à humanidade e de mostrar minha voz, de gritar bem alto tudo o que eu quero falar. Eu não sabia resignar meus impulsos e te agredia toda vez que me sentia ameaçada por você. Porque você realmente ameaça. Esses olhinhos de criança e esses pelinhos tímidos que ensaiam um dia ser uma barba desarmam qualquer uma. Qualquer um.
Eu era ruim com você, porque eu não sabia onde colocar minhas mãos e onde colocar minhas pernas quando, de vez em quando, elas se perdiam por entre as suas. Eu era ruim porque eu tentava ser o melhor. E eu era chorona, e eu era boba, e eu era chata ao tentar arranjar ouvidos atentos às minhas ladainhas, alguém que escutasse pelo amor de Deus o que tanto eu tenho a falar sobre você. Eu era ruim porque você me tornava. Melodramática, mexicana, maniqueísta.
Eu vou sentir sua falta mas vou estar bem melhor sem você. E direi, de longe, assim, com os olhos e com o pensamento, tudo de bom que você significou na minha vida. Nunca com palavras. Te direi o quanto fui feliz por ter descoberto meio tímida alguns traços lindos dessa tua timidez. Te direi que fui feliz por ter sentido um clímax. Orgasmo de palavras, de gestos carregados de significados, de olhares confusos. E te direi, acima de tudo, que te amo e que vou te amar por tudo o que me fizeste descobrir em mim. Por tudo o que me fizeste ser ruim. Amavelmente ruim. Lirica e docemente ruim...
Vai e leva embora estas partezinhas que não foram. Que não chegaram a ser. Deixa só o pouquinho que fomos nós.


Só se muda com amor. Só se evolui por amor. Só se finda e se reinicia... repleto de amor. Como diz a própria palavra: Met(amor)fose.


Aguenta-te e cuidado com as pedras no caminho...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Comecei a pensar em todos os caras, todos os perdidos. não deram certo, nunca foram certos. assim como a natureza humana. eu sempre tive a mania de me relacionar com gente como a gente - é assim que falam, não é? não sei, não sei. Já perdi a conta de quantas vezes atirei no meu próprio pé. esses caras - sempre achando que o roque é o salva-vidas.



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"Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada."