"O único motivo que ainda te escrevo, é justamente essa angústia de ter sempre algo a dizer, e por diversas vezes ter que ficar calada. Não por opção, e sim por obrigação. Creio que a monotonia tenha sido tamanha, a ponto de desmoronar tudo que construímos. Essa foi a verdade ou talvez só mais um eufemismo para algum defeito meu. Quero dizer que, estou em busca de uma aventura e talvez eu não tenha dado o tempo necessário pra você arrumar suas malas e se juntas a mim, mas isso não passa de uma metáfora, é óbvio.
Ah, eram tão mágicos aqueles tempos. Os nossos tempos. Era apenas aquilo, tua vida misturada a minha, tão natural, tão intenso. E você me olhava com os olhos atentos, fascinados. Eu, tão opaca.. Mas tudo vai passar meu caro, e só restará as lembranças boas, aquelas que lembraremos daqui a algum tempo e iremos rir.. Lembraremos como era fascinante o eu e o você, ter tornado um nós tão inexplicavelmente único.. E quando passar, vamos entender que todo amor excessivo requer um tempo de solidão. Um tempo pra crescer e aprender a deixar os receios de lado da maneira mais sutil possível.
Pois é, a triste verdade, é que as coisas foram se empoeirando, as luzes foram se ofuscando, e perdendo a luminosidade que tinha quando a acendemos, as cortinas foram se fechando antes mesmo de acabar o espetáculo.. E o que virá depois desse ciclo vicioso? Sobretudo, a necessidade.
Agora eu deixo o vento levar as magoas, as palavras perdidas, as desculpas não atendidas, os valores não dados, os apelos de paz não atendidos.. Deixo o vento levar junto com ele, toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa, e sopro pra eles irem longe de mim. Só não deixo que ele leve as memórias, porque fora a coisa mais fascinante que me resta. Portanto, depois de todo o processo, eu me levantei, me recompus, limpei o rosto, afastei a necessidade e segui em frente. Fiz isso, porque era a melhor coisa a se fazer, maybe."
terça-feira, 29 de junho de 2010
"E o que é que ela vê nele? Nossos amigos se interrogam sobre nossas escolhas, e nós fazemos o mesmo em relação às escolhas deles. O que é, caramba, que aquele Fulano tem de especial? E qual será o encanto secreto da Beltrana?
Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros.
Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda."
Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros.
Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda."
"Eu sempre tento dar o meu melhor, mas eu sei muito bem que eu posso ser chata, irritante e sarcástica a ponto de estressar as pessoas. Então, não, não sou o que os outros querem que eu seja em tempo integral e estou longe, assim como toda a humanidade, de conseguir ser isso. Às vezes a gente se acha no direito de exigir que os outros sejam aquilo que não somos, simplesmente por não entendermos (ou simplesmente não nos conformarmos) que ninguém é perfeito. As coisas seriam mais simples se funcionassem sempre harmonicamente. Ou não, talvez o mundo ficasse chato e, se fosse assim, perderia a graça. Eu sou do tipo que nem gosta de pessoas muito “felizes” (entenda isso como pessoas que vivem sorrindo 24h por dia como se tudo tivesse sempre bem), elas sempre parecem artificiais demais e isso me incomoda. A vida não é perfeita, e, às vezes, a gente nem mesmo encontra saída para as coisas mais corriqueiras porque sempre vemos problema em tudo.Talvez o problema, seja justamente ver problema em tudo, inventar coisa onde não existe. (...) mas todo mundo tem problema sim, não é nada pessoal, é simplesmente o fato de que o ser humano nunca está satisfeito, seja por ambição ou sei lá por qual motivo, estamos sempre buscando mais e quando a gente consegue o que a gente quer, a gente muda de rumo. Se você fica muito rico, você descobre que dinheiro não é felicidade; se você ainda não é rico, você quer ficar rico; se você encontra o amor da sua vida, você quer que ele não deixe a toalha molhada na cama, abaixe o acento do sanitário, não beba água na jarra e quer que ele se livre de todas aquelas manias chatas que todo mundo tem, até mesmo você; se você tá magra, você quer engordar um pouquinho, se você tá gordinha você quer ficar magrela; se o cabelo é liso quer enrolado, e vice-versa, enfim, isso não tem fim. Ninguém está completamente satisfeito, mas, tenho uma boa notícia: É normal! Todo mundo é assim, até o Papa e a Rainha Elizabeth (que não pode tocar em dinheiro porque existem pessoas específicas para fazerem isso por ela. Talvez ela queira tocar em dinheiro, não?). Enfim, acho que deu para entender que as pessoas são diferentes e que altruísmo deve ser equilibrado com egoísmo. Eu sou a favor do meio termo, porque existe um egoísmo disfarçado de “amor próprio” que deve ser lembrado sempre.(...)
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"E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado."
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tava com saudade de vocês. :)
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"E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado."
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tava com saudade de vocês. :)
"Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
"Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
- Não é triste? perguntou. Você não se sente só?
- Ela sorriu forte. A gente se acostuma.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Das coisas que eu queria ouvir.
"Naquele dia-a-dia, chegou o dia. Eu abri a porta de casa, carregando meus cadernos, bolsas e as contas a pagar. Quase que visito o chão ao passar despercebida pelo pedaço de papel amarelo, canto de catálogo telefônico, que estava por ali. Era um bilhete do porteiro. Pensei que já seria mais problema, reunião ou pagamentos. Me dei prioridade. Coloquei o papel de lado, tirei os saltos. Fui à cozinha, ao quarto. Me sentei para cumprir atividades. Olhei o papel. Li. Mas o que será que o porteiro estava guardando para mim? Desci. Lá estava ele. Como entrei pela garagem nem o vi. Eis que de trás do balcão surge, inesperadamente, um buquê de rosas. Aquela malicia adulta perpassa seu rosto. Agradeço. Volto estonteada. Surge a idéia de procurar por um cartão. Então eu acho. É seu, meu amor. Aqueles escritos, em aramaico quase, que eu aprendi a decifrar na escola enquanto rabiscava “te amo(s)” pelo seu caderno. Aquele que me escreveu “te amo(s)” também. Pena que não escreve mais. Ou não escrevia. Era simples, você tinha lembrado, talvez um pouco tardiamente, que eu gostava de rosas e resolveu me mandar. Eu engoli. Não consigo enxergar maldade, até hoje, no nosso relacionamento juvenil. Já era noite. Resolvi deitar. Não segui as regras de etiqueta, não corri para o telefone. Deus, quem diria! Dormi e sonhei com você, meu bem, que graça! Há muito já havia me esquecido de te visitar em sonhos. Como foi bom reconhecer a ternura de seu abraço, seu olhar brilhante, seu sorriso iluminado. Deitamos para rever um dos vários filmes que assistimos juntos, abraçados, quando ainda éramos mais nossos. Acordei. Não, a nossa música já não é mais o meu despertador. Mas mesmo assim, acordei pensando em você. Olhei para as flores então na água. Já não tinha mais a mesma cor da noite passada. A flor, como o amor, desbota pouco a pouco. Apesar de sempre deixar sementes potencialmente capazes de se fazer reviver. Tomei meu café. Tomei meu banho, me arrumei. Juntei as coisas apressadas e quase me esqueço do celular. E da agenda! Ah a agenda! Seu telefone já se confundiu aos montes de números que tomaram prioridade. Ainda será o mesmo? Olhei o cartão, não havia telefone. Decidi tentar por aquele antigo, mas quando passasse pelo caótico trânsito. Cheguei no escritório, distribui “bom dia(s)”, e me sentei. Me envolvi em trabalhos, em estudos. Seu cartão caiu do meu colo. Me lembrei do sonho, da realidade perdida. Busquei voltar ao trabalho mas, por Deus, que lástima! Não agüentei. Te liguei naquele número. Chamou! Você me atendeu. Céus, sua voz me arrepiou e recuperou lembranças de uma pessoa que eu nem lembrava ter sido. Claro, almoçar dentro de duas horas. Em um restaurante que eu não me lembrava de ter ido com você. Cheguei, atrasada. Afinal, tem coisas que nunca mudam, como você mesmo disse. Olhei seu rosto, enquanto você olhava o meu. Tanta coisa tinha se passado e eu ainda encontrava seus detalhes, tão bem guardados e agora tão vivos, nas curvas de seu rosto. Seus olhos brilhavam daquele modo que eu conhecia. Ri, nervosa. Conversamos. Meu coração palpitava, minha cabeça se recusava a acreditar e meu corpo desejava o seu ardentemente. Continuava com aquele sorriso bobo, que você sempre soube colocar no meu rosto. Almoçamos. A rotina nos clamava. Combinamos um jantar, mais tarde em seu apartamento. Lembrava até do gosto diferente que a água tomava quando me dada por você. Esqueci das tarefas de casa. Pensava somente em te encontrar novamente. Cheguei, você estava tão lindo. Seu charme, que sempre fora tão angelical, me domou de um jeito intenso. Mas tomei cuidado. Amigavelmente, conversamos, jantamos e falamos de tudo que nos vinha à cabeça. Que coisa é a vida. Antes sabia tantos detalhes de você, e agora num ritmo descontrolado, perguntava de cada parente que quase me falhava a memória. Passamos um bom tempo. Resolvi voltar, estava tarde. Você me pediu pra ficar, mas disse ser em vão. Te queria, te quero. Você me beijou. Não era o mesmo beijo que eu me lembrava, mas ainda tinha a mesma magia de antes. Cedi. Quis saber seus limites comigo. Nenhum. Como tinha eu desejado isso! Éramos nós, éramos dois, éramos um. Era este o momento. Você percebera que era eu. Era eu quem seu coração sempre clamou, sempre implorou, sempre desejou. E quem você sempre negou. Rimos da situação. Chegava a ser estranho, mas se sentia certo. Para surpresa de muitos que se perderam pela vida, juntamos, vivemos. Gastou-se tempo. Mas eu te convenci com retórica fraca, juvenil. Você então me disse que me amava, que me queria, que era eu e mais ninguém. Nas nossas brigas, te dizia que quando você voltasse atrás seria tarde. Mas não foi."
Das coisas que eu queria ouvir (e das que eu queria que acontecesse).
Das coisas que eu queria ouvir (e das que eu queria que acontecesse).
Dá vontade de mandar meia dúzia de gente tomar no cu e correr pra casa chorando, se trancar no quarto pra tomar um toddy e jogar playstation até ficar vesga. Isso de escolher qual cara eu vou vestir hoje fode com tudo. Sempre. É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses tres ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.
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''Porque meu vazio é imenso. Já imaginou só? Já imaginou quando algum amigo seu apontar e falar: quem é aquela louca ali, berrando no meio da festa e pegando um táxi? E você vai ter de voltar sem graça, e explicar: ela se irritou porque eu peguei a última água com gás sem perguntar se ela queria.''
"Seja lá o que for que você dê a uma mulher, ela irá multiplicar. Se você a der esperma, ela lhe dará um bebê. Se a der uma casa, ela fará um lar. Se a der gêneros alimentícios, logo em seguida terá uma refeição. Se a der um sorriso, ela te dará o coração. Ela multiplica e aumenta tudo o que for dado a ela. Portanto, se você fizer qualquer merda, irá receber uma tonelada de porcarias. "
* fdp
* fdp
''(...) Como eu poderia explicar de modo que ele entendesse? Eu era uma concha vazia. Como uma casa vazia, por meses sem ninguém – uma casa condenada - eu era completamente inabitável.''
* Conseguiu fazer com que eu acreditasse em nós dois, independentemente de tudo e todos, independente do que falem ou deixem de falar ou fazer pra tentar frustrar os nossos planos e sonhos.
*cuidado com a tristeza, ela é um vício.
* Conseguiu fazer com que eu acreditasse em nós dois, independentemente de tudo e todos, independente do que falem ou deixem de falar ou fazer pra tentar frustrar os nossos planos e sonhos.
*cuidado com a tristeza, ela é um vício.
"Eu queria, de verdade, colocar dentro de um saco as três perguntas "Por quê?", "Pra quê?" e "Até quando?" e pedir para uma criança bem fofa, bem pura e bem feliz fazer aquela brincadeira de encher, encher, encher, até estourar."
* continue a nadar, continue a nadar, continue a nadar... para achar a solução? continue a nadar.
* continue a nadar, continue a nadar, continue a nadar... para achar a solução? continue a nadar.
"Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre..."
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As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá.
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As pessoas mudam para que você consiga deixá-las para lá.
Quanto a mim, a voz rouca, fico por aqui comparecendo a atos públicos, entre uma e outra carreira, pixando muros contra usinas nucleares, em plena ressaca, um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda..."
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É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira.
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É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira.
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça, ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário, por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
* Ninguém dá conta e... quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada.
A moça, ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário, por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
* Ninguém dá conta e... quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada.
sábado, 26 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
"Verdade seja dita. Eu não sou como você esperava. Eu não sou escrava. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone em cada um. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que você espera. Muito mais do que você agüentaria. E muito mais do que você merece.
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo. Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.
Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo. Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.
Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."
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Ah! E caso tenham esquecido de lhe avisar: não adianta parar no tempo e esperar por outro babaca pra consertar o estrago. Você pode sentar e contar até 1.000 ou pode viver contando até 1.000.000.000. Com alguns band-aids por cima dos arranhões e alguns analgésicos, logo você estará pronta pra outra. A recuperação vem de dentro pra fora e depende muito mais de você do que de qualquer outra pessoa.''
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Ah! E caso tenham esquecido de lhe avisar: não adianta parar no tempo e esperar por outro babaca pra consertar o estrago. Você pode sentar e contar até 1.000 ou pode viver contando até 1.000.000.000. Com alguns band-aids por cima dos arranhões e alguns analgésicos, logo você estará pronta pra outra. A recuperação vem de dentro pra fora e depende muito mais de você do que de qualquer outra pessoa.''
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Dentre todas as fogueiras que pulei, você foi a mais baixa e a mais traiçoeira.
''Realmente, a unica forma de não se decepcionar com algo é não criar expectativas. Seja certo ou incerto, é sempre assim. No final das contas você percebe que nada é certo e que a possibilidade de DAR certo é a subtração da possibilidade de dar errado com a soma dos fatores que influenciam diretamente no resultado. A matemática da vida é desse jeito. Sempre aparece um babaca pra arruinar tudo quando você acha que já sabe todas as contas d-e-c-o-r-a-d-a-s.
Maldita solidão
Aquela maldita solidão era contagiosa e hoje eu que posso dizer: a minha solidão vai sufocar qualquer um que eu amar. Ontem eu saí. Sozinha. Fiquei bebendo sozinha até aparecer alguém. E mesmo quando apareceu, mesmo enquanto conversávamos, mesmo enquanto outras coisas aconteciam eu ainda me sentia sozinha. Essa solidão é como uma capa. Nada mais chega em mim. Eu posso até me entregar, posso até tirar a roupa, posso tentar, mas vou continuar sozinha. Não sei desde quando isso acontece. De repente era assim fazia tempo. Uma solidão crônica. Antes eu procurava alguém com quem não me sentisse sozinha. Era minha grande busca. Agora já não faz mais diferença. Acostuma como quem bebe demais se acostuma com a ressaca. Faz parte. Tenho outros tipos de amor. Tenho amor de muitos meninos. Mas não é romance, não tem manhãs, não tem mãozinha entrelaçada e pezinho roçando enroscado debaixo do lençol, não tem beijo e abraço, não tem cinema, não tem fazer nada juntos, não tem silêncios confortáveis e nem cabeça no colo. Nem lembro como é isso. Nem lembro da sensação. Acho que o romance morreu em mim. E eu nem notei.
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"Há um ano que eu pareço um disco riscado, repetindo sempre a mesma coisa. Que eu gosto de você mas não gosto do seu esnobismo, gosto de você mas não gosto do seu jeito escorregadio, gosto de você mas não gosto da sua vaidade. Estou sempre falando as mesmas palavras, e a gente se desencontrando, se desentendendo, seja no silêncio ou na repetição (..) Eu acreditava que fosse amor, por isso passei um ano acendendo uma vela pra Deus e a outra pro diabo, querendo você perto (...)
Um ano pedindo pra você me deixar em paz e nas entrelinhas gritando: me ame, seu idiota! e você surdo, mudo, cego e burro, desperdiçando o que eu tenho de mais sagrado, de mais inteiro e mais honesto. Você sempre foi corvarde que eu sei. Covarde. Se continuar moleque vai morrer sozinho. "Outra apaixonada'', você deve estar pensando. Não negarei, sou mesmo apaixonada por você, mas menos, bem menos do que já fui.
Pobre de você, don juanito, que teve mulheres bacanas na mão, não só eu, mas eu inclusive. Você bem que podia ter dado um basta nas suas pretensões e ter vivido um caso de amor igualzinho ao dos seus amigos. Você tinha, e tem potencial. Só não sabe o que fazer quando chega a hora de se entregar, prefere escapulir feito um rato.
(...) Você não merece meu carinho, meus elogios, meu apoio, nunca soube retribuir nem agradecer. Considera-se merecedor de todos os afetos, mas quem é você? Um príncipe escondido neste quarto-e-sala, em que vive, dirigindo esse seu corsa espacial. Nem bonito você é. Nem bonito. É o homem que eu amo, e isso lhe deveria servir. Mas se não serve, você dispensa esse tipo de sentimento barato, fazer o quê?"
sábado, 19 de junho de 2010
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É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as chifrudas bebem para esquecer as dúvidas, ao som de “Love is in the air”. Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.
Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.
Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela. E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida. (...)
Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. (...)
Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro.
Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa! Eu não. Eu não vou ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou "relaxaaaaaaaaaaaar".
É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as chifrudas bebem para esquecer as dúvidas, ao som de “Love is in the air”. Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.
Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.
Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela. E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida. (...)
Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. (...)
Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro.
Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa! Eu não. Eu não vou ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou "relaxaaaaaaaaaaaar".
cercada, e sozinha...
Lá estou eu em mais uma mesa com taças de vinho pela metade, risos pela metade, fumaças desenhando algo que quase formou uma imagem, restos de couvert e bolinhas inacabadas e nervosas de guardanapo.
Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum marido fabuloso que eu tive em alguma encarnação, do útero da minha mãe, do meu anjo da guarda que está de férias em Acapulco, do meu avô que embrulhava sempre meu aparelho de dentes em um guardanapo e depois esquecia e jogava no lixo achando que era resto de algum lanchinho, de algum amor verdadeiro que durou um segundo, de uma cena perfeita que meu inconsciente formou na infância e que eu me encarreguei de acreditar como sendo meu futuro.
Meus amigos me adoram e certamente chorariam se eu morresse. Mas será que eles sabem que eu penso sempre na morte? Será que eles sabem que aquela garota alí no canto da mesa, de decote, de bolsa da moda, rindo pra caramba, contando mais uma de suas aventuras vazias e descartáveis, acorda todos os dias pensando: o que eu realmente quero com essa vida? Como eu faço pra ser feliz? Será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, daqui a pouco vou morrer de chorar? E vice-versa? E isso 24 horas por dia? E isso mesmo com terapia, mesmo com macumba, mesmo com espiritismo, mesmo com meditação, mesmo com o namoradinho da semana.
(...) Minha melhor amiga me ama muito, mas ela adora que eu seja o erro em pessoa só para ela se sentir o acerto em pessoa. (...) Meu outro amigo me adora, muito, mas se pudesse, de verdade, ele trepava comigo a noite inteira e nem me ligava no dia seguinte. (...) E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor.
(...) Fulano se diverte horrores comigo mas, pensando bem, ele também curte aquela tia tatuada que eu nem sei quem é e no fundo to pouco me lixando. Fulano passeou de mãos dadas comigo naquele fim de tarde que mereceu nossos aplausos, mas, quer saber? Viram ele dois dias depois de dormir na minha casa com outra numa festa. Fulano me apresentou para todos os amigos e encheu minha geladeira de comida mas, quer saber, putz, qualquer garotinha do bar dos pseudo-intelectuais malas também pode ser interessante, ou, caso não seja, ao menos tem um buraco. Odeio todas as minhas pílulas, odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens.
Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. E não aguento mais os copos, as fumaças, os amigos, as intenções e as bolinhas de guardanapo pela metade. É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura.
E aí eu deito pra dormir e penso em sacanegem, mas também penso em coisas bonitinhas. E eu rezo pedindo a Deus que não espere mais eu ser legal para ser legal comigo, porque eu to esperando ele ser legal comigo para ser legal. Aí eu penso que ele já é legal comigo e que, talvez, eu já seja legal com ele. E que eu escrevi “ele” sem maiúscula mesmo, porque amigo íntimo a gente não fica com essa coisa de endeusar. E eu queria que Ele fosse meu amigo íntimo, ou ao menos existisse. E quando vou ver, já dormi. Sozinha."
Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum marido fabuloso que eu tive em alguma encarnação, do útero da minha mãe, do meu anjo da guarda que está de férias em Acapulco, do meu avô que embrulhava sempre meu aparelho de dentes em um guardanapo e depois esquecia e jogava no lixo achando que era resto de algum lanchinho, de algum amor verdadeiro que durou um segundo, de uma cena perfeita que meu inconsciente formou na infância e que eu me encarreguei de acreditar como sendo meu futuro.
Meus amigos me adoram e certamente chorariam se eu morresse. Mas será que eles sabem que eu penso sempre na morte? Será que eles sabem que aquela garota alí no canto da mesa, de decote, de bolsa da moda, rindo pra caramba, contando mais uma de suas aventuras vazias e descartáveis, acorda todos os dias pensando: o que eu realmente quero com essa vida? Como eu faço pra ser feliz? Será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, daqui a pouco vou morrer de chorar? E vice-versa? E isso 24 horas por dia? E isso mesmo com terapia, mesmo com macumba, mesmo com espiritismo, mesmo com meditação, mesmo com o namoradinho da semana.
(...) Minha melhor amiga me ama muito, mas ela adora que eu seja o erro em pessoa só para ela se sentir o acerto em pessoa. (...) Meu outro amigo me adora, muito, mas se pudesse, de verdade, ele trepava comigo a noite inteira e nem me ligava no dia seguinte. (...) E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor.
(...) Fulano se diverte horrores comigo mas, pensando bem, ele também curte aquela tia tatuada que eu nem sei quem é e no fundo to pouco me lixando. Fulano passeou de mãos dadas comigo naquele fim de tarde que mereceu nossos aplausos, mas, quer saber? Viram ele dois dias depois de dormir na minha casa com outra numa festa. Fulano me apresentou para todos os amigos e encheu minha geladeira de comida mas, quer saber, putz, qualquer garotinha do bar dos pseudo-intelectuais malas também pode ser interessante, ou, caso não seja, ao menos tem um buraco. Odeio todas as minhas pílulas, odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens.
Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. E não aguento mais os copos, as fumaças, os amigos, as intenções e as bolinhas de guardanapo pela metade. É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura.
E aí eu deito pra dormir e penso em sacanegem, mas também penso em coisas bonitinhas. E eu rezo pedindo a Deus que não espere mais eu ser legal para ser legal comigo, porque eu to esperando ele ser legal comigo para ser legal. Aí eu penso que ele já é legal comigo e que, talvez, eu já seja legal com ele. E que eu escrevi “ele” sem maiúscula mesmo, porque amigo íntimo a gente não fica com essa coisa de endeusar. E eu queria que Ele fosse meu amigo íntimo, ou ao menos existisse. E quando vou ver, já dormi. Sozinha."
te colocar numa caixinha.
Você, que já foi a melhor parte da minha vida, hoje em dia mal faz parte das minhas lembranças. Você que foi metade de mim, hoje, dificilmente, seria mais que uma coadjuvante no meu espetáculo que nunca pára e que sempre muda. Pra todos os lados que eu olho eu vejo você. Mas não é dessas frasezinhas bonitas que a gente põe em textos bobos, não. Você realmente está presente em tudo ao meu redor. Eu vejo você nos livros da minha estante, nas fotos dos porta-retratos espalhados pela casa, nas minhas roupas mais antigas e consequentemente as preferidas, nos meus filmes, nas festa que eu frequento, praias, shoppings, praças, ruas, calçadas. Você está aí, pelo mundo. Por tudo. Aí, pelo ar que eu respiro e que se encarrega de oxidar todas as feridas expostas que vejo pelo meu corpo. Aí, pela vida. Mas não está mais em mim. Você não está mais dentro de mim. Aos poucos você foi se retirando de mim como quem pune um imperdoável criminoso por um crime que ele nunca cometeu. Não existia essa de 'eu' ou 'você'. Éramos apenas nós. E nós fomos os culpados. Você deixou de existir em mim, eu deixei de existir em você.
Eu sempre disse que gostava de mudanças. Ainda digo. É verdade. Mas algumas mudanças, simplesmente, incomodam. Como um mosquitinho que entra no seu ouvido e fica lá, zunindo, durante horas, não te deixandos dormir a noite toda. Noites todas. Eu não quero nunca voltar atrás porque acredito que é pra frente que se anda, mas confesso que nunca vou entender certos rumos que a vida toma. Porque tanto desencontro? Não faz sentido. Pra continuarmos vivos, temos necessariamente que nos separar de quem gostamos? Porque somos obrigados, espancados, estuprados a aceitar essa verdade? Porque damos 'adeus' silenciosos, todos os dias?
Eu queria te petrificar. Queria te colocar numa caixinha. Pra ninguém te tocar nem ocupar tanto espaço no seu coração que um dia já foi só meu. Queria, assim mesmo, com o verbo conjugado no passado. Você não iria querer vir comigo. Não faço mais questão de aceitar seu novo ambiente. O que me resta então é querer te ver feliz. "Se não sabemos mais rir um do outro, meu amor, ah, então o que resta é chorar". Não é assim que dizem? Pois é. Que seja feita a vontade de seja lá quem for. Deus, destino, vida ou seja lá o quê. Você vai continuar me doendo, silenciosa. Mas eu vou continuar sorrindo. Foi assim que eu aprendi. E sabe o que dizem? Que os choros secos, são, quase sempre, os mais doloridos. E eu te engulo a seco. Engulo tua vida sem mim a seco. Calada. Mas, forte... Tudo passa. Eu queria te petrificar. Queria te colocar numa caixinha.
Até mais tarde...
Para a minha melhor amiga para sempre,
você ficará bem.
"Os homens distinguem-se pelo que fazem...
As mulheres, pelo que levam os homens a fazer."
"Aos 16 eles se conheceram. Ainda não sabiam nada sobre o amor, mas sentiam-se seguros quando estavam juntos. Não sabiam nada sobre a saudade, mas sentiam-se indefesos quando estavam separados.
A única coisa que eles realmente sabiam era que seria desnecessário tentar explicar ou descrever aquela situação; eles só precisavam, mesmo, sentir. E foi isso o que fizeram. Logo no segundo encontro via-se uma enorme sintonia crescer. Suas palavras dançavam em sincronia e eles já não se davam conta de quanto o tempo passava absurdamente rápido quando estavam juntos. Após este dia ficou claro que algo inexplicável estava acontecendo..."
Só para loucos, isso é só para loucos. Caretas não.
As mulheres, pelo que levam os homens a fazer."
"Aos 16 eles se conheceram. Ainda não sabiam nada sobre o amor, mas sentiam-se seguros quando estavam juntos. Não sabiam nada sobre a saudade, mas sentiam-se indefesos quando estavam separados.
A única coisa que eles realmente sabiam era que seria desnecessário tentar explicar ou descrever aquela situação; eles só precisavam, mesmo, sentir. E foi isso o que fizeram. Logo no segundo encontro via-se uma enorme sintonia crescer. Suas palavras dançavam em sincronia e eles já não se davam conta de quanto o tempo passava absurdamente rápido quando estavam juntos. Após este dia ficou claro que algo inexplicável estava acontecendo..."
Só para loucos, isso é só para loucos. Caretas não.
Mudei de estação na rádio. "O teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer". Tava tocando isso. E eu nem aí. No banco de trás um casaquinho verde musgo tamanho PP. De alguma garota da noite anterior. Ou da semana passada. Ele é cheio de garotas e pela primeira vez na vida sorri ao pensar isso. Tá certo ele. Bonitão, rico, engraçado e safado. Que mulher não se apaixona por ele?
Eu. Eu não me apaixono mais por ele. O que significa que agora podemos nos relacionar. O que significa que agora, posso ficar tranquilamente ao lado dele sem odiar meu cabelo e minha bunda e minha loucura. E posso vê-lo literalmente duas vezes ao ano, sem achar que duas vezes na semana são duas vezes ao ano. E posso vê-lo ir embora, sem me desmanchar ou querer abraçar meu porteiro e chorar. Consigo até dar tchauzinho do portão. Tchau, vou comer um pedaço de torta de nozes e assoviar. Tchau, querido mais um ser humano do planeta. (...) E ele me olhando de longe. 'Ah, se ela tivesse agido assim. Tão normal, tão simpática, tão leve, tão boa companhia. Ao invés daqueles surtos de ciúme, daquelas cobranças por mais intensidade, daquela necessidade em acordar de madrugada com medo da vida, daquela arrogância pra cima de mim e dos meus amigos que não sabiam conversar de livros, filmes, músicas e dor na alma. Se ela tivesse confiado assim no taco dela. E sorrido mais. Se ela tivesse me amado sem amar. Ou como amam as pessoas que conseguem se relacionar'. E eu lá, sendo adorada por ele, justamente porque não o adoro mais. Ô vidinha filha da puta.
Quando dizem que namoro ou casamento ou qualquer relacionamento mais sério pode não-dar-certo, eu discordo. O que definitivamente não dá certo, ao menos para mim, é se apaixonar. Agora, que graça tem fazer qualquer coisa da vida sem estar apaixonada? Ô vidinha filha da puta!
Eu. Eu não me apaixono mais por ele. O que significa que agora podemos nos relacionar. O que significa que agora, posso ficar tranquilamente ao lado dele sem odiar meu cabelo e minha bunda e minha loucura. E posso vê-lo literalmente duas vezes ao ano, sem achar que duas vezes na semana são duas vezes ao ano. E posso vê-lo ir embora, sem me desmanchar ou querer abraçar meu porteiro e chorar. Consigo até dar tchauzinho do portão. Tchau, vou comer um pedaço de torta de nozes e assoviar. Tchau, querido mais um ser humano do planeta. (...) E ele me olhando de longe. 'Ah, se ela tivesse agido assim. Tão normal, tão simpática, tão leve, tão boa companhia. Ao invés daqueles surtos de ciúme, daquelas cobranças por mais intensidade, daquela necessidade em acordar de madrugada com medo da vida, daquela arrogância pra cima de mim e dos meus amigos que não sabiam conversar de livros, filmes, músicas e dor na alma. Se ela tivesse confiado assim no taco dela. E sorrido mais. Se ela tivesse me amado sem amar. Ou como amam as pessoas que conseguem se relacionar'. E eu lá, sendo adorada por ele, justamente porque não o adoro mais. Ô vidinha filha da puta.
Quando dizem que namoro ou casamento ou qualquer relacionamento mais sério pode não-dar-certo, eu discordo. O que definitivamente não dá certo, ao menos para mim, é se apaixonar. Agora, que graça tem fazer qualquer coisa da vida sem estar apaixonada? Ô vidinha filha da puta!
"SRI LANKA, quem sabe? Ela me diz, morena e ferina, e eu respondo por que não? Mas inabalável continua: Você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? uma certa saudade: em Sri Lanka, brincando de Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem "ai como ele era bonzinho" e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras e abacaxis. Quanto a mim, a voz rouca, fico por aqui comparecendo a atos públicos. Mas tentamos tudo. Que foi que aconteceu, eu pensava depois... Você disse, e eu acreditei, pela primeira vez na vida, eu disse, mas não sei se você acreditou. Quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não pára de pensar nisso... mas eu não queria acreditar que fosse isso: éramos diferentes, ai como éramos diferentes, éramos melhores, éramos mais, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos vagamente sagrados... coração, explode junto comigo, depois virava de bruços e chorava no travesseiro... Mas agora tudo bem... Não que fosse amor de menos, você dizia depois, ao contrário, era amor demais, você acreditava mesmo nisso? Não tenho nada contra qualquer coisa que soe a uma tentativa. Peço cigarro e ela me atira o maço na cara, como quem joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive droga de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. Podia ter dado certo entre a gente, ou não. Já li tudo, já tentei macrobiótica, psicanálise, drogas, acupuntura, suicídio, ioga, dança, natação, cooper, astrologia, patins... Sobrou só esse nó no peito, agora o que faço? (...) Faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma, você vai curtir os seus nativos de Sri Lanka depois me manda um cartão-postal contando qualquer coisa como ontem à noite, à beira do rio, deve haver um rio por lá, um rio lodoso, cheio de juncos sombrios, mas ontem na beira do rio, sem planejar nada, de repente, por acaso, encontrei um rapaz de tez azeitonada e olhos oblíquos que. Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim(...) Roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?(...) Mas eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca, me passa o cigarro, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, não estou bêbada nem louca, estou é lúcida pra caramba e sei claramente que não tenho nenhuma saída(...)
Preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma? Passa devagar a tua mão na minha cabeça, no meu coração, eu tive tanto amor um dia, pára e pede, preciso tanto, tanto, tanto, bicho, não me permitiram, então estende os dedos e fica subitamente pequenina apertada contra o peito, perguntando se está mesmo muito feia... Então puxa e vai me empurrando para a porta, pedindo que vá, e expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando (...)"
Preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma? Passa devagar a tua mão na minha cabeça, no meu coração, eu tive tanto amor um dia, pára e pede, preciso tanto, tanto, tanto, bicho, não me permitiram, então estende os dedos e fica subitamente pequenina apertada contra o peito, perguntando se está mesmo muito feia... Então puxa e vai me empurrando para a porta, pedindo que vá, e expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando (...)"
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